(Foto: PR | Senado)
"Continuando do jeito que está, não vejo como este governo
possa dar certo. São erros primários. Bolsonaro esteve na Câmara por 28 anos,
viu como se forma um movimento numa casa em que o chefe do Executivo não dispõe
de maioria", alerta o ex-presidente Fernando Collor, que foi eleito em
1989 e sofreu impeachment em 1992
17 de novembro
de 2019
Primeiro
presidente eleito após a redemocratização do País, Fernando Collor de Melo
disse que Jair Bolsonaro pode repetir a sua sina: a de cair por não ter maioria
no Congresso e não se dedicar de forma adequada à construção de uma sólida base
parlamentar. "Vejo semelhança entre o tratamento que eu concedi ao PRN e o
que ele está conferindo ao PSL. Em outubro de 1990, nós elegemos 41 deputados.
O pessoal queria espaço no governo, o que é natural. Num almoço com a bancada,
eu disse: 'Vocês não precisam de ministério nenhum. Já têm o presidente da
República'. Erro crasso. O que está acontecendo com o Bolsonaro é a mesma
coisa", disse ele, em entrevista ao jornalista Bernardo Mello Franco.
publicada no jornal O Globo. "Logo no início, ele tinha que ter dado
prioridade aos 53 deputados do PSL. E, a partir desse núcleo, construído a
maioria para governar. Ele perdeu esse momento. Agora reúne a bancada para
dizer que vai sair do partido? Erro crasso. Estou dizendo porque eu já passei
por isso. Estou revendo um filme que a gente já viu. Vai ser um desassossego
para ele", afirma.
Collor não vê
possibilidade de que o governo Bolsonaro seja bem-sucedido. "Continuando
do jeito que está, não vejo como este governo possa dar certo. São erros
primários. Bolsonaro esteve na Câmara por 28 anos, viu como se forma um
movimento numa casa em que o chefe do Executivo não dispõe de maioria",
diz ele, que fala até em risco de impeachment. "É uma das possibilidades.
Bolsonaro não vem se preocupando com a divisão da sociedade brasileira, que se
aprofunda. O discurso dele acentua a divisão. Com a soltura do Lula, a
tendência é que essa divisão se abra ainda mais. O governo tem que ser
bombeiro. Tem que entender que não está mais em campanha. Hoje uma boa parcela
dos eleitores que não queriam o PT está desiludida. É preciso que alguém acorde
neste governo e diga: 'O rei está nu'”, afirma.
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