"Os jornais bolivianos não alinhados com a direita tratam a
deposição de Morales como golpe. Os jornais brasileiros “liberais” tratam o
golpe como renúncia", diz o jornalista Moisés Mendes. Ele ainda afirma:
"a nossa grande imprensa é tão covarde que não enfrenta nem golpistas
bolivianos"
11 de novembro
de 2019
Jornalista em
Porto Alegre, ex-editor especial de Zero Hora
Quem manda
hoje na Bolívia? Os jornais bolivianos não sabem responder. A cobertura do
golpe é precária, mesmo em jornais que não aderiram à deposição de Morales.
Os militares
assumiram o controle absoluto do poder? Ninguém sabe. A segunda vice-presidente
do Senado, Jeanine Añez, aliada dos golpistas, diz que vai assumir a
presidência (depois do golpe atingir o vice-presidente da República e os
presidentes de Câmara e Senado). Mas a impressão é de que ninguém dá muita
atenção à Jeanine.
Uma dúvida
atormenta os golpistas: qual será a função do chefe deles, o empresário,
corrupto e fundamentalista religioso Luis Fernando Camacho Vaca, El Macho, se
ele não tem representação política?
Pode começar
agora uma guerra entre El Macho, o Bolsonaro deles, e grupos ligados ao
ex-presidente Carlos Mesa, que disputou a eleição com Morales. Os militares
ficarão com quem?
O interessante
é que os jornais bolivianos não alinhados com a direita tratam a deposição de
Morales como golpe. Os jornais brasileiros “liberais” tratam o golpe como
renúncia.
A nossa grande
imprensa é tão covarde que não enfrenta nem golpistas bolivianos.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor