Rosa
Weber (Foto: Valter Campanato/Ag.Brasil)
O The Intercept Brasil e a Folha de S.Paulo divulgam nesta
terça-feira farto material indicando que procuradores da Operação Lava Jato, em
conluio com o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça do governo
Bolsonaro, esconderam informações da ministra Rosa Weber, do STF, quando ela
examinava uma ação da defesa do ex-presidente Lula, então submetido a
perseguição e já ameaçado de condenação e prisão
5 de novembro
de 2019
Mensagens
obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas na edição desta terça-feira
(5) da Folha de S.Paulo revelam que os procuradores da Lava Jato esconderam
informações de Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal ao pedir seu
apoio num momento decisivo do cerco que realizavam para condenar e prender o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início de 2016. A reportagem é
de Ricardo Balthazar, da Folha e Rafael Neves, do The Intercept Brasil
Segundo as
mensagens, eles também evitaram fornecer ao gabinete do então procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, a quem pediram que discutisse o assunto com Rosa,
detalhes sobre o andamento do caso em Curitiba e as ações planejadas pela Lava
Jato no cerco a Lula.
A reportagem
assinala que a questão estava na mesa da ministra porque ela fora sorteada para
examinar uma ação que a defesa do ex-presidente movera para tentar suspender as
investigações. Para os advogados de Lula, havia um conflito entre a
força-tarefa de Curitiba e promotores de São Paulo que também o investigavam na
época.
As mensagens
deixam claro o envolvimento direto do então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da
Justiça do governo Bolsonaro, na
perseguição a Lula, em conluio com os procuradores da Lava Jato. Além de ordenar a interceptação dos telefones
do líder petista, o então juiz Sergio Moro, que era responsável pelos processos
da Lava Jato no Paraná, autorizara os investigadores a realizar buscas e
conduzir Lula à força para depor. Faltava definir a data da operação quando o
caso chegou ao STF.
O Supremo deve
julgar em breve uma ação em que Lula questiona a imparcialidade de Moro como
juiz e pede a anulação dos processos em que foi condenado.
As mensagens
obtidas pelo Intercept sugerem que a força-tarefa temia que Rosa aceitasse os
argumentos da defesa do ex-presidente. Além disso, revelam que o grampo nos
telefones do petista permitiu que os procuradores obtivessem informações sobre
a movimentação dos seus advogados e se antecipassem a eles.
A ação
examinada por Rosa Weber em 2016 foi protocolada pela defesa do ex-presidente
na tarde de 26 de fevereiro, uma sexta-feira. Pouco depois, a Polícia Federal
interceptou duas ligações em que o advogado Roberto Teixeira, sócio do
escritório que defende Lula, sugeriu o contato com a ministra.
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