POR FERNANDO
BRITO · 17/11/2019
O que resta do
Governo Jair Bolsonaro senão uma profusão de pacotes atropelando ou pretendendo
emendar a Constituição, proposta que está fadada a encontrar uma encruzilhada
entre o ser nada, porque rejeitadas, ou serem outra coisa qualquer, porque
remoldada, como as massinhas de brincar que se dá às crianças, ao gosto da
maioria amorfa do Centrão no Congresso?
A 45 dias de
completar-se um ano de seu governo, Jair Bolsonaro tem como saldo? Um maldade,
a reforma da Previdência, aprovada apenas porque o “mercado” assim fez coro
uníssono, como faz com qualquer barbaridade sobre os direitos sociais e do
trabalho.
A bem informada
Helena Chagas escreve hoje, n’Os Divergentes que o Congresso fará “picadinho”
dos projetos de Paulo Guedes, sem que alguma reação venha do presidente:
“Seja porque o
pagamento das emendas está atrasado, seja porque os parlamentares acham que já
deram muito na reforma da Previdência – promulgada semana passada sob a solene
indiferença do presidente Jair Bolsonaro – o fato é que o Congresso cansou.
Deputados e senadores perderam a cerimônia e estão impondo mais e mais derrotas
ao Planalto nas votações. Alguns já apostam que não vai sobrar muito do
pacotaço fiscal enviado pela equipe econômica ao Legislativo.”
Não existe mais,
como se pensava, a possibilidade de que a “onda Bolsonaro” das eleições fosse
se traduzir num governo que cooptaria toda a direita, se adonasse das Forças
Armadas e numa avalanche de apoio midiático. Ou que o lavajatismo fosse manter
e ampliar seu controle do Judiciário.
Ao contrário, a
base bolsonarista está incorrigivelmente e só consegue unidade no ódio bestial
à esquerda.
A economia, na
qual cada curto “voo de galinha” serve de motivo para negar que a estagnação
prossegue – e dela agravam-se os efeitos sociais – e a maré de investimentos
externos ocorre, só que na vazante.
Em matéria de
diplomacia, o que poderia ser “o queridinho” de Donald Trump, com o filho
instalado na embaixada brasileira em Washington, frustrou-se e a sabujice
brasileira resultou em sermos tratados como um país que tudo dá e nada pede.
Bolsonaro é um
incapaz, um personagem de terceira categoria, que sobrevive apenas do ódio que
nos foi inoculado e do escracho a que se levou a vida político institucional
brasileira.
A base política
de Jair Bolsonaro e seu apoio popular não têm outro caminho senão o da
decadência.
Quem quiser
ficar com ele terá de seguir este caminho.
Nosso desafio é
colocarmo-nos, outra vez, como alternativa a este caminho ladeira abaixo.
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