"2019, um ano para esquecer, se fosse possível, vai passar
para a história como o marco zero da destruição do país prometida pelo
capitão-presidente, para então dar início à nova era", escreve o
jornalista Ricardo Kotscho. "Nos principais fóruns mundiais, o Brasil virou
um pária, não apita mais nada, é motivo de deboche e preocupação",
acrescenta
25 de novembro
de 2019
Ricardo Kotscho
é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o
Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.
Por Ricardo
Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - Daqui a mais alguns dias, os três poderes
entram em obsequioso recesso, começam as férias escolares e as festinhas de
amigo secreto da firma.
Nem se Bolsonaro
revogar a Lei Áurea e oficializar a pena de morte, acabar com o salário mínimo
e o décimo terceiro, não vai acontecer mais nada esse ano.
Vai ficar tudo
para 2020, ou melhor, para depois do Carnaval, que é quando o ano começa no
Brasil.
Decisões
importantes do STF, como o julgamento da suspeição de Sergio Moro, e o novo
pacote de reformas do governo podem esperar a chegada de Papai Noel e do Rei
Momo.
2019, um ano
para esquecer, se fosse possível, vai passar para a história como o marco zero
da destruição do país prometida pelo capitão-presidente, para então dar início
à nova era.
Nos principais
fóruns mundiais, o Brasil virou um pária, não apita mais nada, é motivo de
deboche e preocupação.
Com Bolsonaro, o
baixo clero e as milícias chegaram ao poder com um único objetivo: detonar
todas as conquistas civilizatórias das últimas três décadas e levar o país de
volta aos gloriosos tempos de 1964.
Até aqui, estão
cumprindo à risca o bangue-bangue prometido na campanha eleitoral, fazendo
arminha com os dedos e prometendo metralhar os adversários vermelhos.
Conseguiram
estragar até a bela festa do Flamengo do domingo, ao atiçar a polícia contra o
povo que extravasava sua alegria nas ruas do Rio para receber os campeões da
América.
Alguém – quem
será? _ deu a ordem para acabar com as comemorações, antes que o trio elétrico
com os jogadores chegasse à estátua de Zumbi, como estava previsto.
Para avisar que
a festa acabou, a PM de Auschwitzel começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo
e gás de pimenta na multidão, que reagiu com paus e pedras, transformando a
celebração pacífica numa praça de guerra.
Sem aviso
prévio, levaram os jogadores para o quartel da tropa de choque da PM, onde a
delegação flamenguista foi desmobilizada.
Se agem assim
contra as famílias que inundaram o centro do Rio, com um mar de bandeiras e
camisas rubro-negras, cantando o hino do clube, pode-se imaginar o que farão,
se e quando o povo for às ruas para protestar contra este desgoverno que
encolheu o país e está rifando a soberania e o patrimônio nacionais.
Wilson Witzel, o
governador neonazista de fancaria, eleito com o apoio dos Bolsonaros, rompeu
com a família e agora quer o lugar deles no Palácio do Planalto.
Grotesco e sem
noção, não se vexou de se ajoelhar diante de Gabigol para engraxar sua chuteira
no gramado do estádio de Lima, e levou um chega pra lá do jogador.
Mais tarde, o
mesmo herói dos gramados também não se envergonhou de posar sorridente ao lado
do bicão em busca de foto para a próxima campanha eleitoral.
Este é o retrato
perfeito da falta de caráter desses bolsominions da política e do futebol que
tomaram conta do país.
Que venha logo
2020, antes que eles acabem também com o Natal.
Vida que segue.
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