POR FERNANDO
BRITO · 31/12/2019
Então era
isso, a modernidade, aquela que, desde Fernando Collor, dizem faltar em nosso
pais?
Trocarmos os
grandes debates nacionais por “tretas”? Discutirmos se a Terra é plana?
Comemorarmos, como conta hoje o El País, a redução do desemprego feita com 905
mil pessoas, em 2019, terem se tornado entregadores, de moto ou de bicicleta?
É isso, é normal
que, num país agoniado pela pobreza, onde os mais pobres cozinham o que têm na
lenha, porque o botijão de gás ficou inacessível, as discussões de final do ano
sejam a herança do Gugu e alguma outra bobagem de “celebridade”?
Em que “ter
religião” é atirar coquetéis molotov em quem tem outra ou em quem não a têm?
Em que se
comemora o emprego (?) em ‘bicos’ como faz-se hoje, em O Globo, com o aumento
dos contratados “intermitentes”?
Ou será que
‘modernidade” em segurança e justiça seja armar-se mais, matar mais, prender
mais e surrar mais?
Note que nem
entrei no fato de termos um presidente idiota, grotesco, estúpido, alguém que
não pode sequer, ao menos, comportar-se.
Nem no fato de
ele empoderar, como príncipes, uma ninhada de energúmenos e boçais.
Isto sempre
esteve aí, nas beiradas da sociedade civilizada e quem os colocou neste lugar
foi gente muito bem situada, de bons modos e grandes apetites.
Este ano, como
os mais recentes, fazem lembrar os selvagens que encolhem cabeças.
Os “cobradores
de autocrítica” não praticam o que pregam, porque menos grave estes personagens
que o embrutecimento geral a que levaram o Brasil. Reclamam dos exageros do
imbecil presidente, mas não do processo que o construiu.
No fundo,
acham que isso é um mal necessário para destruir dignidades, sonhos, país e,
portanto, adequar o país a uma modernidade onde a única liberdade sagrada é a
do dinheiro, seu verdadeiro Deus.
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