Depois de instrumentalizar o "combate à corrupção"
para demonizar governos progressistas e conseguir implantar uma agenda
neoliberal no Brasil, a Globo agora defende que empresas voltem a financiar a
política – o que reabriria a torneira para novos escândalos decorrentes do
financiamento empresarial de campanhas
7 de dezembro
de 2019
Mesmo depois
de vários escândalos de corrupção no Brasil decorrentes do financiamento
empresarial de campanhas, que foi criminalizado no Brasil pela mídia
corporativa para que fosse possível derrubar governos progressistas e implantar
uma agenda neoliberal, a Globo agora defende que empresas privadas voltem a ser
liberadas a doar recursos para candidaturas políticas.
Em editorial
publicado neste sábado, a Globo comnate o único legado positivo da Lava Jato,
que é o financiamento público de campanhas. "Grupos políticos que se
esforçavam para aprovar o financiamento público integral e a adoção do sistema
eleitoral por lista fechada, para aumentar o poder dos caciques partidários — o
PT sempre esteve à frente deste bloco —, conseguiram uma grande vitória, mesmo
parcial. Não veio o voto em lista, mas foram usados com esperteza os escândalos
do petrolão e outros, em que grandes empresas privadas se envolveram em
esquemas políticos para assaltar estatais (Petrobras, Furnas, Eletrobras etc.),
com a finalidade de levar o Supremo a ver no financiamento público a chave da
moralidade", diz o texto.
"Cabe ao
presidente Bolsonaro vetar o inchaço do Fundo Eleitoral. A questão, porém, é
mais ampla, tem a ver com o sistema de financiamento instituído depois que o
STF alijou as empresas das finanças da política. A realidade mostra que este
mundo continua envolto em sombras, com o Tesouro pagando uma conta crescente.
Trocou-se o custo da corrupção arcado pelo contribuinte pelo preço da avidez do
Congresso em inflar o orçamento da política, também pago pelo Erário. É preciso
repensar as contribuições de empresas em novos moldes, assentados num sistema
de freios e contrapesos que, além de reduzir o fardo sobre os contribuintes,
garanta a lisura entre partidos, políticos e seus financiadores", diz
ainda o texto.
Na prática, a
Globo defende que empresas privadas sejam autorizadas novamente a sequestrar a
agenda pública do País, por meio do financiamento privado de campanhas.
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