"A operação de hoje nas residências de Fabrício Queiroz e
outros, alguns aparentados da família Bolsonaro, deve ajudar a fechar essa
investigação. É possível que a denúncia contra o filho do presidente, hoje
senador, não demore para ser oferecida. E que ele comece a responder pelo caso
também junto à Comissão de Ética do Senado", analisa a jornalista Helena
Chagas
18 de dezembro
de 2019
Por Helena
Chagas para o Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia
Quando as
investigações do Caso Queiroz foram suspensas, há cerca de seis meses, por
decisão do ministro Dias Toffoli pela utilização de dados do Coaf sem
autorização judicial, o Ministério Público do Rio já tinha fartos elementos
sobre a prática da “rachadinha” no gabinete do ex-deputado estadual Flávio
Bolsonaro — e indícios de que o mesmo procedimento era adotado no gabinete do
irmão vereador Carlos.
A operação de
hoje nas residências de Fabrício Queiroz e outros, alguns aparentados da
família Bolsonaro, deve ajudar a fechar essa investigação. É possível que a
denúncia contra o filho do presidente, hoje senador, não demore para ser
oferecida. E que ele comece a responder pelo caso também junto à Comissão de
Ética do Senado.
É improvável,
porém, que o senador sofra punições mais drásticas, como a perda do mandato —
até porque, diante de outras acusações que atingem seus colegas senadores, a
“rachadinha”, pela qual o parlamentar fica com parte dos salários dos
funcionários do gabinete, é considerada até um crime menor.
Esse seria, nas
circunstâncias, o menos pior dos desfechos para o presidente Jair Bolsonaro e
seus parentes. Seu maior temor não é a acusação da prática da “rachadinha”, mas
o avanço de investigações que relacionem os Bolsonaro a integrantes de milícias
do Rio de Janeiro, com suas atividades
para lá de ilegais — e relação com crimes como a execução da vereadora Marielle.
Esse, sim, seria o epicentro do terremoto político que os bolsonaristas temem,
de consequências imprevisíveis.
A respeito dessa
parte da investigação, a da milícia, não se sabe exatamente o que a Polícia e o
MP do Rio têm. Só que Bolsonaro e seu entorno andam preocupados, apressando-se
em declarações-vacina prevendo novas acusações e em politizar o caso, colocando
o governador do Rio, Wilson Witzel, como seu algoz.
Nesse sentido, a
investigação sobre a “rachadinha”já está sendo considerada, entre governistas,
o menor dos males…
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