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Foto reprodução |
11 de dezembro
de 2019
Conhecida como
“Moro de saia”, a ex-juíza Selma Arruda perdeu o mandato de senadora na última
terça-feira por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – mas tem vaga
cativa no coração de seu amigo de calças. Antes do julgamento, o ministro da
Justiça, Sérgio Moro, visitou integrantes da Corte para tentar convencê-los de
que Selma Arruda era pessoa séria e honesta.
Segundo Moro,
os indícios contra ela não passavam de equívocos e, portanto, ela não merecia
perder o mandato. O chefe da pasta da Justiça chegou a argumentar que, diante
do perfil reprovável de boa parte dos parlamentares, a ex-magistrada era um alento
no Congresso Nacional.
Mesmo diante
do apelo incisivo, o TSE cassou por seis votos a um o mandato da senadora do
Podemos de Mato Grosso, bem como o de seus suplentes.
A acusação era
de abuso de poder econômico e prática de caixa dois nas eleições de 2018. A
Corte também determinou que ela fique inelegível por oito anos.
Segundo o
processo, a senadora recebeu R$ 1,2 milhão em transferências bancárias de um de
seus suplentes, Gilberto Possamai, em abril e julho de 2018. Ela não teria
declarado o dinheiro à Justiça Eleitoral.
Com isso, na
prática, ela gastou mais do que seus concorrentes na campanha. Para a maioria
dos ministros do TSE, a irregularidade contábil caracterizou caixa dois.
No julgamento,
o ministro Luís Roberto Barroso chegou a demonstrar apreço pela ex-juíza. Mas,
por fim, somou-se ao time favorável à cassação.
“Eu recebi
diversas manifestações que exaltavam as virtudes pessoais da senadora Selma
Arruda, com ênfase na sua integridade pessoal, na sua coragem e na sua
trajetória como magistrada. Na verdade, no entanto, não está aqui em discussão
nem seu currículo, nem sua atuação pretérita como juíza. Aqui se discute pura e
simplesmente uma questão eleitoral”, explicou.
Barroso também
ponderou que Selma Arruda pode ter sido alvo de um complô. Mas, ainda assim,
estava convicto de que houve crime: “Eu não duvido que muitos interesses
contrariados tenham se articulado para engendrar a perda do mandato da senadora
conquistado nas urnas”, afirmou, concluindo: “Me parece impossível negar que
esses fatos contrariam a legislação e contrariam a jurisprudência deste
tribunal, caracterizando abuso de poder econômico”.
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