27/12/2019
De acordo com mensagens de
Moro a Deltan, o então magistrado se dizia contra a delação de Cunha mesmo
antes de conhecer o conteúdo delas. A informação preliminar que se tinha era
que o ex-presidente da Câmara estaria disposto a entregar um terço do Ministério
Público estadual, 95% dos juízes do Tribunal da Justiça, 99% do Tribunal de
Contas e 100% da Assembleia Legislativa.
O jornal Folha de S. Paulo e
o site The Intercept Brasil desenterraram nesta quinta-feira (26) a delação do
ex-presidente Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), que tira o sonho do ex-juiz
Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) e do procurador Deltan Dallagnol,
coordenador da força-tarefa Lava Jato.
A reportagem publicada hoje
relata que teve acesso à proposta de delação de Cunha, não homologada, que cita
120 políticos brasileiros. No documento, o ex-presidente da Câmara detalha o
modus operandi do esquema de propinas e da participação da JBS no impeachment
da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016.
De acordo com a Vaza Jato, o
empresário Joesley Batista queria emplacar –e emplacou– Henrique Meirelles como
ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB), caso a petista caísse. Em troca,
Cunha teria financiamentos ilimitados para seu projeto político.
Por que a não-delação de
Cunha ainda atormenta Moro, Dallagnol e demais integrantes da força-tarefa?
Simples. O Intercept tem os
arquivos das conversas cujos conteúdos, aos poucos, estão sendo tornados
públicos. Uma pista do que vem por aí foi publicada em julho, pela revista
Veja. Na época, o veículo de comunicação mostrou um diálogo de Moro com Deltan
acerca da delação de Cunha. O então juiz afirmou que esperava que não
precedessem a notícia da delação. “Sou contra, como sabe”, disse o atual
ministro da Justiça.
Glenn Greenwald, fundador do
site The Intercept Brasil, sabe que Moro e Dallagnol fizeram no verão passado.
É por isso que o espectro da delação de Eduardo Cunha tira o sono deles.
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