Orçamento da obra, em atraso devido a mudanças projeto, passou
de R$ 73 milhões para R$ 80 milhões, alta de 9,5%
Por SAMUEL
PIMENTEL | 30/01/2020
A principal via
de acesso ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) recebeu um novo
prazo para conclusão das obras de duplicação: dezembro deste ano. A CE-155 se
tornou um problema para as indústrias que dependem da via para escoar a
produção, já que, em meio às obras, o trânsito de veículos segue intenso numa
estrada deteriorada.
Em reunião
realizada ontem entre empresários, industriais e Governo do Estado, na sede da
Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a Superintendência de Obras
Públicas (SOP) esclareceu que a obra enfrenta problemas pelas mudanças de
empresas que tocariam o trabalho. Agora definido, o consórcio terá até o fim do
ano para entregar a estrada pronta. O orçamento da obra subiu R$ 7 milhões
(9,5%) após aditivo no contrato, passando de R$ 73 milhões para R$ 80 milhões.
O
superintendente da SOP, Quintino Vieira, ainda afirmou que, para amenizar os
problemas enfrentados no transporte de cargas na CE-155, o trabalho da operação
tapa-buraco será ampliado para 24 horas.
O titular da
Casa Civil do Estado, Élcio Batista, destacou que a obra é tratada como a pauta
"número um em infraestrutura no Ceará".
Cinco tratores,
cinco caminhões-pipa, 15 caçambas com 14 m³, além de engenheiro presente no
canteiro de forma permanente. "Pelo que temos lá de equipamento, tem tudo
para dar certo o mais rápido possível. O cronograma está todo traçado",
acrescentou Quintino Vieira.
Impactos no
tráfego
No encontro, os
empresários destacaram a urgência na entrega célere da obra, já que no Cipp
trabalham 13 mil pessoas de forma direta e mais de 3,8 mil veículos usam a
rodovia diariamente. Praticamente metade é composta por caminhões de grande
porte, incluindo os veículos responsáveis pelo transporte de pás eólicas de
aerogeradores de energia.
Ricardo
Cavalcante, presidente da Fiec, diz que a perda em produtividade é notável,
pela vitalidade do acesso ao porto, considerado o principal ponto de entrada e
saída de mercadorias do Estado para o mercado exterior. "Precisamos dar
trafegabilidade à CE 155. O importante é estreitar o diálogo e criar essa
conexão com o Governo. Essa reunião juntou mais de 100 empresários, e o Governo
ficou de estudar as proposta da indústria", afirma.
Os mais de 20 km
que ligam o Cipp à BR-222 estão em obras há cinco meses. Mas, a licitação
ocorreu em 2014. Para muitos industriais, a via já será entregue sem atender à
demanda crescente no acesso ao Pecém.
Diretor da
Aeris, Daniel Mello observa que, a partir de 2021, a movimentação de pás
eólicas deve subir para 15 por dia, e a infraestrutura necessária para atender
a essa demanda fará com que o projeto atual do Governo do Ceará para a CE-155
seja adaptada sob o risco de a operação da companhia ser impossibilitada.
"Nós
poderíamos travar nas próximas semanas, com as chuvas que estão acontecendo.
Espero que o tapa-buraco continue e vamos ser fiscais disso", reforça.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor