(Foto: Reprodução/SBT)
Além de convidar para o seu programa o presidente e seus filhos,
com quem teve conversas amigáveis, Ratinho disse durante a campanha da
Previdência que “as mudanças são claras e boas para o Brasil” e também
perguntou: “você acha que se a Previdência fosse ruim para o povo, eu estaria a
favor?”
27 de janeiro de
2020
O apresentador
Ratinho, do SBT, recebeu a quantia de R$ 915 mil do governo de Jair Bolsonaro
para fazer quatro elogios à proposta da Reforma da Previdência. Ele foi o maior
beneficiado na distribuição da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo,
comandada por Fábio Wajngarten, que pagou os apresentadores preferidos de
Bolsonaro.
Além de convidar
para o seu programa o próprio presidente da República e seus filhos,
especialmente em momentos de crise, com conversas amigáveis, Ratinho disse
durante a campanha da Previdência que “as mudanças são claras e boas para o
Brasil” e também perguntou: “você acha que se a Previdência fosse ruim para o
povo, eu estaria a favor?”.
Segundo
reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda-feira, 27, dos R$ 4,3 milhões
para a propaganda inserida em programas, 91% foram para Record, Band e SBT.
Na Record, os
maiores investimentos foram no programa matinal Hoje em Dia, de César Filho e
Ana Hickmann (R$ 983 mil por cinco inserções). Nesse valor, estão incluídos os
cachês de R$ 34 mil para cada fala de um ou outro âncora.
Já no SBT, a
negociação foi feita com os programas Eliana (R$ 269 mil por um testemunhal),
Operação Mesquita, de Otávio Mesquita (R$ 218 mil por três declarações), além
de Ratinho (R$ 915 mil por quatro elogios). Mesquita cobra cachê de R$ 2.100.
Os dois colegas incluem sua remuneração pessoal no valor cobrado pela emissora.
Não há
ilegalidade na contratação de artistas ou jornalistas para fazer merchandising
na TV. O TCU, no entanto, investiga se a distribuição de verbas da Secom entre
as TVs se dá por critérios políticos, e não técnicos (entre eles o da
audiência), o que afrontaria princípios constitucionais, entre eles o da
impessoalidade na administração pública.
Reportagem da
Folha desta segunda-feira (27) revelou que, sob o comando de Wajngarten, a
Secom fez mudanças na estratégia da campanha de publicidade sobre a reforma da
Previdência, a maior e mais cara do Planalto no ano passado, privilegiando na
distribuição de verbas TVs que são clientes de uma empresa do secretário e
emissoras religiosas, apoiadoras do presidente Bolsonaro.
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