(Reprodução/Twitter)
Reportagem do jornal inglês foca principalmente nos perfis de
Filipe Martins, Roberto Alvim, Sérgio Camargo e Dante Mantovani. "Eles
parecem ter sido escolhidos pelo seu QI: isto é, seu quociente de imbecilidade,
incapacidade, idiotice, incompetência ou impiedade”
02/01/2020
Uma longa
reportagem do jornal britânico The Guardian, publicada nesta quinta-feira (2),
traz uma elaborada lista de figuras do seu governo consideradas inaptas para o
cargo que ocupam e inclusive perigosas. “Diga o que quiser sobre Bolsonaro, mas
é preciso reconhecer seu raro talento em escolher as pessoas mais
desqualificadas, lunáticas e/ou perigosas para os empregos”, comentou um dos
entrevistados, o jornalista Mauro Ventura.
A matéria é
assinada pelos jornalistas Tom Phillips e Dom Phillips, e se foca
principalmente em quatro nomeados por Bolsonaro: Filipe Martins (consultor de
política externa), Roberto Alvim, (secretário especial de cultura), Sérgio
Camargo (Fundação Palmares) e Dante Mantovani (Funarte).
O primeiro a
ser analisado é Filipe Martins, um dos principais assessores de Bolsonaro para
política externa e descrito pela matéria como um “discípulo do escritor e
teórico da conspiração Olavo de Carvalho, assim como os filhos do presidente,
que são seus amigos pessoais”. A matéria conta que Martins “se diverte nas
redes sociais atacando esquerdistas, feministas e globalistas, e também é fã de
Steve Bannon, razão pela qual ganhou o apelido de `Sorocabannon´, graças às
suas origens na cidade brasileira de Sorocaba”. Também lembra que o consultor acusou
meios estadunidenses como o canal de notícia CNN e o diário The New York Times
de cumplicidade com uma campanha de engenharia social para promover a
pedofilia.
No caso de
Roberto Alvim, um dos principais responsáveis pela política cultural do governo
de Bolsonaro, o The Guardian afirma que “apesar de já ter recebido um prêmio
por uma produção de “O Quarto”, antes de ser nomeado secretário de cultura, ele
era mais conhecido por insultar a grande dama do teatro brasileiro, a atriz
indicada ao Oscar Fernanda Montenegro, como `esquerdista sórdida´”. Também fala
sobre como a conversão de Alvim à religião evangélica o transformou em um
bolsonarista incondicional. “Em postagens recentes no Facebook, ele critica os
oponentes de seu líder, chamando-os de `baratas ordinárias´, ataca o `bastardos
do Greenpeace´ e acusa o mundo artístico `podre e demoníaco´ do Brasil por
`repudiar Bolsonaro injustamente´”.
No caso de
Sérgio Camargo, nomeado para a administração da Fundação Palmares, a reportagem
lembra que seu cargo tem como missão promover a cultura negra no Brasil, para
mostrar que tal tarefa é incompatível com “uma figura que afirma que o Dia da
Consciência Negra deve ser descartado, e considera que muitas das celebridades
e artistas negras mais conhecidas do país são `parasitas da raça negra´”.
Também mostra como, em suas redes sociais, Camargo se descreve como um “negro
de direita” que se opõe à “vitimização e ao politicamente correto”, e considera
que “a escravidão era terrível, mas terminou sendo benéfica para os
descendentes”.
Finalmente, no
caso de Dante Mantovani, nomeado para presidir a Funarte (Fundação Nacional das
Artes), a reportagem conta que “o novo encarregado das políticas de artes
visuais, música e dança alega que a União Soviética se infiltrou na CIA para
distribuir LSD em Woodstock”, e lembra de suas declarações dizendo que “o rock
promove as drogas que ativam o sexo, e assim alimenta a indústria do aborto”, e
que “John Lennon havia dito que fez um pacto com o diabo”.
A reportagem
traz outra declaração do jornalista Mauro Ventura, questionando o grupo de
nomeados: “eles parecem ter sido escolhidos pelo seu QI: isto é, seu quociente
de imbecilidade, incapacidade, idiotice, incompetência ou impiedade”. Por sua
parte, a especialista brasileira Monica de Bolle disse que a indicação desses
nomes reflete a natureza “totalmente louca” do governo “fundamentalista” de
Bolsonaro. “Eles não estão procurando pessoas que tenham conhecimento, mas
pessoas que são leais”, comentou a analista internacional.
Leia a
reportagem completa no The Guardian
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