(Foto: Marcos
Corrêa - PR)
Encurralado pela repercussão de declarações polêmicas, contra os
servidores e depois empregadas domésticas, e ciente de que não irá conseguir
entregar um resultado econômico satisfatório, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, ameaça deixar o cargo
18 de fevereiro
de 2020
Ancorado em
argumentos de que estaria cada vez mais insatisfeito com Jair Bolsonaro, o
ministro da Economia, Paulo Guedes, um dos mais importantes do governo federal,
ao lado de Sergio Moro, ameaça deixar o cargo.
A informação é
de reportagem publicada no site Congresso em Fogo nesta terça-feira (18),
segundo a qual a situação está cada vez mais difícil nos bastidores e o pavio
curto de Guedes está a ponto de explodir.
Na realidade,
porém, Guedes está encurralado pela repercussão de declarações polêmicas,
contra os servidores e depois ofendendo as empregadas domésticas, que geraram
insatisfações em todos os meios.
E também
ciente de que não irá conseguir entregar um resultado econômico satisfatório,
em meio a uma temporada de redução das previsões de crescimento da economia
brasileira, após os resultados decepcionantes do crescimento, divulgados ontem
pelo IBGE.
Confira,
abaixo, análise da Reuters sobre a economia em 2019:
(Reuters)
- A atividade econômica do Brasil terminou 2019 com expansão abaixo do
esperado, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira,
com os números consolidando a percepção capturada por outros indicadores no
sentido de perda de vigor da economia no fim do ano passado.
O Índice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do
Produto Interno Bruto (PIB), aumentou 0,89% no ano passado, em números
observados, após expansão de 1,34% em 2018.
O IBC-Br e o
número oficial das Contas Nacionais possuem metodologias de cálculo diferentes.
Mas, de toda forma, a leitura mais fraca do índice do BC em 2019 indica um
ritmo de atividade mais lento que o esperado pelo mercado para o PIB, que, pela
mais recente pesquisa Focus do BC, deve ter crescido 1,12% no ano passado.
Em dezembro, o
IBC-Br apresentou recuo de 0,27% em relação ao mês anterior, em dado
dessasonalizado, no segundo mês seguido de perdas e um pouco pior do que a
expectativa em pesquisa da Reuters de contração de 0,23%.
Os dados do BC
mostraram um cenário ainda mais sombrio para a economia no final do ano
passado, já que houve revisão da taxa de novembro para uma queda de 0,11% sobre
o mês anterior, depois de alta relatada anteriormente de 0,18%.
“O que vale
destacar é a revisão de novembro. Apesar de termos um varejo recuperando o
nível da atividade brasileira, a economia ainda apresenta uma certa fragilidade
de recuperação”, disse o economista da CM Capital Markets Alexandre Almeida.
Com isso, o
IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com crescimento de 0,46% sobre o
terceiro, em número dessasonalizado. A leitura mostra que a atividade chegou a
se recuperar das perdas de 0,43% nos três primeiros meses do ano, subindo 0,06%
no segundo trimestre e 0,63% entre julho e setembro, mas voltou a perder força
nos últimos três meses.
“De fato a
desaceleração é preocupante. O fechamento de 2019 traz um pouco de cautela para
2020. Conforme essas leituras de atividade vão frustrando as expectativas, o
que pode acontecer é que cada vez mais as projeções para 2020 sejam reajustadas
para baixo”, completou Almeida, cuja expectativa de crescimento de 2% do PIB
para este ano está sob revisão.
CHOQUES EM 2019
O ano de 2019
começou com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o que afetou
sobremaneira o setor extrativo. Foi marcado ainda por inflação e juros baixos e
liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e recuperação
ainda gradual do mercado de trabalho.
A economia
começou a dar sinais de ânimo conforme alguns indicadores do segundo semestre
começaram a superar as expectativas. Porém, dados do final do ano voltaram a
levantar questões sobre o ritmo gradual da retomada, mostrando que a atividade
permanece hesitante.
Os números
oficiais do PIB em 2019 serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) em 4 de março.
No ano
passado, a produção industrial fechou com redução de 1,1%, interrompendo dois
anos seguidos de ganhos. As vendas no varejo tiveram crescimento pelo terceiro
ano seguido, porém no ritmo mais fraco desse triênio.
Já o volume do
setor de serviços brasileiro recuou em dezembro pelo segundo mês seguido, mas
ainda assim encerrou o ano passado com crescimento pela primeira vez em cinco
anos.
No início
deste mês, o BC reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual,
a uma nova mínima histórica de 4,25% ao ano, e indicou interrupção do ciclo de
cortes, em meio à leitura de que os ajustes já feitos ainda vão surtir efeito
na economia.
Contudo,
alguns economistas destacaram riscos de o BC precisar retomar o afrouxamento
monetário em caso de renovado enfraquecimento da atividade.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor