Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. (Foto: Alan Santos/PR)
Começa a cair a ficha entre os analistsas de que a atual
política econômica é um fracasso retumbante
15 de
fevereiro de 2020
Começou a
temporada de redução das previsões de crescimento da economia brasileira, após
os resultados decepcionantes do crescimento, divulgados ontem pelo IBGE.
"A economia brasileira terminou 2019 em um ritmo mais fraco que o esperado
pelos analistas. Após os resultados ruins divulgados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) para indústria, comércio e serviços em
dezembro, o Banco Central informou nesta sexta-feira, 14, que seu Índice de
Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, teve queda de 0,27%
em dezembro e fechou o ano com alta de 0,89%", aponta reportagem do jornal
Estado de S. Paulo.
O resultado
desencadeou uma leva de reduções das projeções para o crescimento do PIB deste
ano. "O banco Santander, por exemplo, rebaixou sua projeção de alta de
2,3% para 2%. Na Novus Capital, a queda foi de 2,5% para 2%. Já o banco
Barclays reduziu sua estimativa de 2,3% para 2,1%. Levantamento feito pelo
Projeções Broadcast com 28 instituições financeiras aponta, na mediana, para um
crescimento de 2,2% em 2020. Mas já há estimativas inferiores a 2%",
informa a reportagem.
Confira, abaixo, análise da Reuters:
SÃO PAULO
(Reuters) - A atividade econômica do Brasil terminou 2019 com expansão abaixo
do esperado, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira,
com os números consolidando a percepção capturada por outros indicadores no
sentido de perda de vigor da economia no fim do ano passado.
O Índice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do
Produto Interno Bruto (PIB), aumentou 0,89% no ano passado, em números
observados, após expansão de 1,34% em 2018.
O IBC-Br e o
número oficial das Contas Nacionais possuem metodologias de cálculo diferentes.
Mas, de toda forma, a leitura mais fraca do índice do BC em 2019 indica um
ritmo de atividade mais lento que o esperado pelo mercado para o PIB, que, pela
mais recente pesquisa Focus do BC, deve ter crescido 1,12% no ano passado.
Em dezembro, o
IBC-Br apresentou recuo de 0,27% em relação ao mês anterior, em dado
dessasonalizado, no segundo mês seguido de perdas e um pouco pior do que a
expectativa em pesquisa da Reuters de contração de 0,23%.
Os dados do BC
mostraram um cenário ainda mais sombrio para a economia no final do ano
passado, já que houve revisão da taxa de novembro para uma queda de 0,11% sobre
o mês anterior, depois de alta relatada anteriormente de 0,18%.
“O que vale
destacar é a revisão de novembro. Apesar de termos um varejo recuperando o
nível da atividade brasileira, a economia ainda apresenta uma certa fragilidade
de recuperação”, disse o economista da CM Capital Markets Alexandre Almeida.
Com isso, o
IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com crescimento de 0,46% sobre o
terceiro, em número dessasonalizado. A leitura mostra que a atividade chegou a
se recuperar das perdas de 0,43% nos três primeiros meses do ano, subindo 0,06%
no segundo trimestre e 0,63% entre julho e setembro, mas voltou a perder força
nos últimos três meses.
“De fato a
desaceleração é preocupante. O fechamento de 2019 traz um pouco de cautela para
2020. Conforme essas leituras de atividade vão frustrando as expectativas, o
que pode acontecer é que cada vez mais as projeções para 2020 sejam reajustadas
para baixo”, completou Almeida, cuja expectativa de crescimento de 2% do PIB
para este ano está sob revisão.
CHOQUES EM 2019
O ano de 2019
começou com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o que afetou
sobremaneira o setor extrativo. Foi marcado ainda por inflação e juros baixos e
liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e
recuperação ainda gradual do mercado de trabalho.
A economia
começou a dar sinais de ânimo conforme alguns indicadores do segundo semestre
começaram a superar as expectativas. Porém, dados do final do ano voltaram a
levantar questões sobre o ritmo gradual da retomada, mostrando que a atividade
permanece hesitante.
Os números
oficiais do PIB em 2019 serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) em 4 de março.
No ano
passado, a produção industrial fechou com redução de 1,1%, interrompendo dois
anos seguidos de ganhos. As vendas no varejo tiveram crescimento pelo terceiro
ano seguido, porém no ritmo mais fraco desse triênio.
Já o volume do
setor de serviços brasileiro recuou em dezembro pelo segundo mês seguido, mas
ainda assim encerrou o ano passado com crescimento pela primeira vez em cinco
anos.
No início
deste mês, o BC reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual,
a uma nova mínima histórica de 4,25% ao ano, e indicou interrupção do ciclo de
cortes, em meio à leitura de que os ajustes já feitos ainda vão surtir efeito
na economia.
Contudo,
alguns economistas destacaram riscos de o BC precisar retomar o afrouxamento
monetário em caso de renovado enfraquecimento da atividade.
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