(Foto: Reprodução | PR)
"A economia é ameaçada por uma pandemia, mas internamente o
risco maior que o Brasil corre é provocado pelo comportamento insano do
presidente da República", diz ela
27 de fevereiro
de 2020
A jornalista
Miriam Leitão, que também apoiou o golpe de estado de 2016 contra a
ex-presidente Dilma Rousseff, hoje reconhece que o risco maior para a economia
brasileira não é o coronavírus, mas sim a insanidade de Jair Bolsonaro, que
compartilhou vídeo a favor de manifestação contra o Congresso Nacional. "O
presidente Bolsonaro compartilhar vídeos de uma manifestação com o objetivo de
atacar um dos poderes é gravíssimo. Tentar reduzir o peso do fato é uma forma
de colaborar com o avanço cada vez mais perigoso do atual governo contra as
bases da democracia. Um vídeo é pior do que o outro, mas as mensagens são
inequívocas, a ideia é acuar o Congresso. Todo o problema da execução do
Orçamento foi criado pelo próprio governo quando fechou um acordo inaplicável
de que partes das despesas dos ministérios passariam pelo Congresso. E esse
acordo pode ser desfeito, mas em vez disso o presidente prefere
radicalizar", escreve ela, em sua coluna no Globo.
"A
quarta-feira de cinzas já seria difícil no mercado financeiro, portanto, a
forte queda de ontem estava dentro do previsto. Como os preços das ações caíram
muito nos dias em que a bolsa brasileira ficou fechada, haveria uma correção. O
problema não é essa queda, que chegou a 7%. A economia é ameaçada por uma pandemia,
mas internamente o risco maior que o Brasil corre é provocado pelo
comportamento insano do presidente da República", aponta a jornalista.
"A essa
altura não há mais autoengano possível. Ele sabe o que faz, quer acuar o
Congresso, não conhece os limites impostos pelo regime democrático ao exercício
do poder do Executivo, quer manipular a ideia de que está sendo impedido de
governar pelos políticos e pelo Supremo", lembra ainda Miriam Leitão.
"Bolsonaro compensa sua frustração militar, de não ter feito uma carreira
da qual se orgulhar, alimentando o delírio de que comanda as Forças Armadas em
uma guerra. E quem é o inimigo? A imprensa, o Congresso, o Supremo. A
democracia", finaliza a jornalista.
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