Ministro Extraordinário da Segurança Pública do golpe, nomeado
por Temer, Raul Jungmann confessou em entrevista ao jornalista Fábio Pannunzio
que o então presidente do TRF-4, Thompson Flores, pediu-lhe que descumprisse
ordem judicial para soltar Lula em 8 de julho de 2018
22 de
fevereiro de 2020
Uma revelação bombástica.
Raul Jungmann confessou, em entrevista à TV Democracia do jornalista Fábio
Pannunzio, ter recebido um pedido ilegal do então presidente do TRF-4, Thompson
Flores, para o descumprimento da ordem judicial para soltar Lula em 8 de julho
de 2018. A ordem partira do desembargador plantonista do Tribunal Regional da
4ª Região, Rogério Favreto, que determinou a imediata libertação do
ex-presidente Lula, que estava preso em Curitiba desde abril daquele ano. Na
ocasião, Jungmann era o ministro Extraordinário da Segurança Pública do golpe,
nomeado por Temer.
Depois da
entrevista, Raul Jungmann arrependeu-se e enviou nota à TV Democracia negando
ter dito o que disse.
Na entrevista,
Jungmann afirmou que o ex-presidente do
Thompson Flores atendeu uma
ligação sua, que buscava saber o que fazer na situação descrita como
“prende-e-solta” de Lula. Segundo o ex-ministro, teria sido então que lhe foi
pedido que fizesse contato com o então chefe da Polícia Federal do Paraná e
atual diretor geral do órgão, Maurício Valeixo, para que ele, nas palavras do
ex-ministro “não mexa nessa questão”, enquanto Flores se dirigiria a seu
escritório e tomaria nova decisão – até então, havia ordem judicial para
soltura do ex-presidente Lula.
“Eu retruquei
para ele. Disse: ‘Doutor Thompson Flores, me permita, eu não posso fazer isso.
Eu sou o ministro da Segurança Pública, mas eu não posso fazer isso. O senhor,
na pressa, talvez tenha se esquecido, é normal. Mas, de fato, isso está
totalmente sob o controle do judiciário e qualquer ação minha pode ser imputado
a mim obstrução à Justiça.’ Ele entendeu, claramente e rapidamente. E entrou em
contato com [Maurício] Valeixo [ex-superintendente da PF no Paraná]”, declarou
o ex-ministro.
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