POR FERNANDO
BRITO · 14/03/2020
O Estadão noticia ontem à noite que Jair
Bolsonaro vai se submeter, semana que vem, a um novo teste para possível
infecção por coronavírus e, deste vez – a primeira vez – com a informação sendo
transmitida por um médico, o Dr. Leandro Echenique, cardiologista do
presidente, ao contrário das informações anteriores, dadas pelo “Doutor
Twitter”.
Diz-se que é
um protocolo, mas isso não aconteceria se dois testes tivessem dado resultado
negativo.
Fiz, mais
cedo, uma referência à razão de não ter entrado neste tema. Não gosto de jogos
de adivinhação, nem de “fontes” espertas que se cacifam com informações sem
origem.
A
possibilidade de manipulação – “plantação”, na gíria jornalística – é enorme.
A live de
ontem e o pronunciamento em rede de televisão – que nada tinha a ver com a
epidemia, mas com a marcha de simpatizantes (des)marcada para este domingo –
poderiam, se o primeiro exame foi positivo, ser um exemplo (e uma orientação)
do que deveria ser o comportamento de todo brasileiro eventualmente atingido
pelo vírus.
Poderia, se
algo fosse sincero em Jair Bolsonaro.
Mas não é.
Um resultado
positivo, sem sintomas, em nada interferiria na sua capacidade de comandar o
país, se de fato comandasse o país, no momento em que este entra em uma fase
difícil.
Sua ausência,
porém, é pior do que sua presença, porque não se sabe se há alguém capaz de
tomar, ainda que com erros, as decisões.
Na hora da
verdade, acentua-se a percepção de que o país e dirigido por mentiras
“convenientes”.
Este limbo,
fica evidente, serve-lhe mais.
É o lugar de
escafeder-se, vitimizar-se, fugir das suas responsabilidades.
A chance de
esconder-se como um covarde que faz bravatas e dá bananas, enquanto age, ele
próprio, como um banana diante dos problemas.
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