Foto: Reprodução/Instagram
22/03/2020 | Da
Coluna Painel de Camila Mattoso na Folha de S. Paulo
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A crise do
coronavírus já é considerada um divisor de águas no caminho de Jair Bolsonaro.
Na avaliação de parlamentares, de integrantes da cúpula do Judiciário
brasileiro e de governadores, o presidente perdeu o poder de governança. Além
da sua condução até agora ter sido vexatória, a percepção é de que os
principais pilares de sustentação de Bolsonaro, a polarização com o PT e a
melhora da economia, desmoronaram. O alerta de desembarque já soou entre
aliados de ocasião.
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Se não falam
sobre impeachment, ao menos até agora, os que assim avaliam o governo já tratam
abertamente de uma mudança do cenário eleitoral pra 2022. Até antes da crise,
mesmo com a perda de popularidade no primeiro ano de Bolsonaro, as previsões
políticas davam conta de que seria difícil tirá-lo de uma reeleição.
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Os que fazem
essa análise lembram os feitos do presidente no último mês: convocou atos que
eram contra o Congresso e o STF, chamou o coronavírus de fantasia e histeria,
participou dos protestos mesmo contra recomendações e com suspeita da doença,
culpou a mídia, declarou guerra a governadores e, por fim, ainda conseguiu
brigar com a China e com o agronegócio.
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No meio disso,
quando já tinha sido confirmada a primeira morte no Brasil, ainda passou recibo
de estar com ciúme do protagonismo de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, pedindo à imprensa que lembrasse dele como comandante do time de
ministros.
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