O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acredita que o vírus é uma
conspiração. Seus seguidores saem às ruas – estão prontos para morrer, aponta a
reportagem
23 de março de 2020
Do Luzerner Zeitung, via GGN
(reportagem de Philipp Lichterbeck, Oaxaca de Juarez) – No Brasil, a pandemia
do vírus corona ameaça sair do controle. O simples motivo: Presidente Jair
Bolsonaro. Na noite de domingo, o chefe de Estado de extrema direita da maior
nação da América Latina contradiz seu próprio ministro da Saúde. Isso alertou
para multidões. Bolsonaro respondeu que era errado cancelar os jogos da liga
brasileira de futebol. A associação de futebol deve continuar a vender
ingressos.
No Brasil, 234 pessoas tinham o
Covid-19 na terça-feira e 79 novos casos foram registrados apenas no domingo.
Assim que o vírus chegar às favelas densamente povoadas do país, o número de
casos aumentará rapidamente. No entanto, dezenas de milhares de pessoas ainda
povoavam os bares e boates no distrito de entretenimento no fim de semana.
Centenas de milhares foram às praias e se amontoaram em ônibus e metrôs.
Bolsonaro deveria estar em quarentena
O presidente Bolsonaro parece
entender toda a crise da coroa como um ataque pessoal a si mesmo. Isso ficou
claro quando ele se cercou de centenas de fãs no domingo, em frente ao Palácio
Presidencial. Ele apertou as mãos e tirou selfies com os smartphones que foram
entregues a ele. Bolsonaro é suspeito de estar infectado com o vírus Corona.
Cerca de uma dúzia de pessoas com quem ele teve contato recentemente foram
testadas positivas para o vírus.
Um primeiro teste do vírus corona
mostrou um resultado negativo para Bolsonaro, de 64 anos. No entanto, o
protocolo da OMS estipula que deve colocar em quarentena por cerca de duas
semanas e ser submetido a novos testes.
O sinal que Bolsonaro envia é claro:
ele não se importa se pode colocar em risco outras pessoas. Isso o deixa menos
preocupado se outros cidadãos se infectam. Milhares de fãs de Bolsonaro
correram às ruas em várias cidades do Brasil neste domingo para protestar
contra o Congresso, o que supostamente dificulta a agenda do presidente. Muitos
pediram um golpe militar e a dissolução do Congresso. Uma faixa dizia:
«Covid-19 pode vir. Estamos prontos para morrer pelo capitão.
O maior perigo vem das igrejas
Para piorar a situação, o líder de
uma das maiores igrejas evangélicas do Brasil, Edir Macedo, descreveu o vírus
como inofensivo. Em um vídeo, o torcedor de Bolsonaro retratou o Covid-19 como
o trabalho da mídia e de Satanás.A Igreja universal do Reino de Deus de Macedo
tem dezenas de milhares de templos em todo o Brasil, possui uma estação de TV
em todo o país e dezenas de estações de rádio. O Brasil poderá em breve se
tornar o próximo ponto de pandemia.
As iniciativas locais existentes
contra o vírus não devem mudar isso. Nas doze milhões de metrópoles de São
Paulo, por exemplo, foi declarada a emergência, o que levou a surtos em massa
em cinco prisões. Os prisioneiros tiveram que confiar nas visitas agora
proibidas de parentes para obter comida.
O Brasil também acha difícil
responder adequadamente ao risco da coroa, porque milhões de pessoas trabalham
aqui no setor informal e vivem de vendas nas ruas, por exemplo. Uma perda de
renda, como um possível toque de recolher, ameaçaria sua existência dentro de
alguns dias.
1 comentários:
Sim, a seguir ao Trump ele é um dos mais perigosos mas desengane-se quem oensa que a lista fica por aqui
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