
Luiz Henrique Mandetta
(Foto: Reprodução | ABr)
“O ministro da saúde encontrou uma outra maneira de agradar o
presidente: criticou o trabalho da imprensa, afirmando que os meios de
comunicação são sórdidos, porque na visão dele só vendem se a matéria for
ruim", afirma editorial da Rede Globo lido pela jornalista Ana Paula
Araújo durante o Jornal Nacional
29 de março de
2020
A Rede Globo
rebateu na noite deste sábado (28), as declarações do ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, que chamou os “meios de comunicação de sórdidos”, em uma
crítica a cobertura da mídia sobre a pandemia.
Em editorial
lido pela jornalista Ana Paula Araújo durante o Jornal Nacional, a emissora da
família Marinho classificou o ataque do ministro como uma tentativa de agradar
Jair Bolsonaro.
“Na pandemia
de um vírus letal, contra o qual não há medicamento ou vacina, é estarrecedor
que ele não reconheça que o nosso trabalho, o trabalho de todos os colegas
jornalistas, daqui da Globo, mas também de todos os veículos, é um remédio
poderoso: dar informação para que o povo possa se proteger”, disse a jornalista
lendo o editorial.
Em coletiva de
imprensa, Mandetta pediu que os brasileiros “desliguem um pouco a
televisão". "Às vezes ela é tóxica demais. Há quantidade de
informações e, às vezes, os meios de comunicação são sórdidos porque eles só
vendem se a matéria for ruim. Publicam o óbito, nunca vai ter que as pessoas
estão sorrindo na rua. Senão, ninguém compra o jornal”, disse o ministro.
Confira a íntegra do editorial da Globo:
“O ministro da saúde encontrou uma outra maneira de agradar o presidente: criticou o trabalho da imprensa, afirmando que os meios de comunicação são sórdidos, porque na visão dele só vendem se a matéria for ruim.
Na pandemia de um vírus letal, contra o qual não há medicamento ou vacina, é estarrecedor que ele não reconheça que o nosso trabalho, o trabalho de todos os colegas jornalistas, daqui da Globo, mas também de todos os veículos, é um remédio poderoso: dar informação para que o povo possa se proteger. Há muitos trabalhos essenciais, os dos médicos e enfermeiros em primeiro lugar, mas nós jornalistas estamos nas redações e nas ruas arriscando nossa saúde, para cumprir nossa missão. E fazemos isso com orgulho.
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