Leia a íntegra da representação da defesa de Lula ao STF com
diálogos de peritos da PF que apontam que os sistemas MyWebDay B e Drousys, da
Odebrecht, podem ter sido adulterados pelos procuradores da Lava Jato para
incriminar o ex-presidente
Por Plinio
Teodoro | 03/03/2020
Em
representação ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal,
protocalada nesta segunda-feira (2), os advogados que fazem a defesa do
ex-presidente Lula – liderados por Cristiano e Valeska Zanin Martins – detalham
os áudios dos peritos da Polícia Federal que apontam que os arquivos dos
sistemas MyWebDay B e Drousys, da Odebrecht, podem ter sido adulterados pelos
procuradores da Lava Jato para incriminar o petista.
Segundo os
advogados, “embora os sistemas da Odebrecht tenham sido apreendidos na Suíça, o
material que foi analisado pela Polícia Federal não é proveniente daquele país;
o material analisado foi entregue pela Odebrecht após a empresa
ter obtido
cópia na Suíça e “mexido” no material; e não houve qualquer conferência entre o
material entregue pela Odebrecht com o material que foi apreendido
originariamente pelas Autoridades Suíças”.
As conversas
mostram que Roberto Brunori Junior e Aldemar Maia Neto, peritos criminais da
PF, tiveram acesso ao material em reunião realizada com Cláudio Wagner, que
conduziu a perícia, e reconheceram que os arquivos “gerados pela Odebrecht”
possuem “datas posteriores às apreensões” do material.
Nas conversas
gravadas com a autorização de todos os presentes, um dos peritos levanta a questão
de que a “Odebrecht recebeu da Autoridade Suíça e ela abriu isso [os arquivo],
e mexeu nisso, durante muito tempo ficou com isso lá”. Um assistente confirma:
“A aparência é essa”.
O assistente
técnico diz, então: “Eu só quero alertar isso, o criminoso entregou o cadáver
embalsamado”.
Em outra parte
da conversa, o perito identificado como 1, confirma a adulteração dos dados dos
sistemas pela Odebrecht, que inclui informações posteriores às apreensões.
“Que ela
encapsulou isso tá no laudo, inclusive tá provado que o arquivo que foi gerado
lá, inclusive, tem arquivos com datas posteriores às apreensões que a gente
mostra que foram geradas pela Odebrecht”.
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