
(Foto: Reprodução)
Apesar das suspeitas de envolvimento das milícias ligadas à sua
família no assassinato de Marielle Franco, Bolsonaro diz que a PF de Moro se
dedicou mais a este caso do que a da suposta facada de Juiz de Fora
24 de abril de 2020
Em coletiva de imprensa na tarde desta
sexta-feira 17, horas depois de Sergio Moro ter anunciado sua saída do governo,
Jair Bolsonaro partiu para cima do ex-ministro da Justiça e disse que não
interferiu na Polícia Federal, como acusou o ex-juiz. “Eu não tenho que pedir
autorização” para trocar comando da PF, declarou.
Apesar das suspeitas de envolvimento das
milícias ligadas à sua família no assassinato da vereadora Marielle Franco
(PSOL-RJ), Bolsonaro disse que a PF de Moro se dedicou mais a este caso do que
a da suposta facada contra ele em Juiz de Fora (MG) durante a campanha
presidencial. “Entre meu caso e o da Marielle, o meu tá muito menos difícil de
solucionar”, declarou.
“Eu não tenho que pedir autorização para
ninguém para trocar o diretor, ou qualquer outro que esteja na pirâmide. Será
que é interferir na Polícia Federal, pedir, quase que exigir quem mandou matar
Jair Bolsonaro? A PF se preocupou mais com Marielle do que o seu chefe. Entre o
meu caso e a Marielle, o meu está muito mais próximo de ser solucionado”.
Bolsonaro disse que Moro “tem compromisso
com seu ego, não com país” e que espera que a Polícia Federal seja usada em
“sua plenitude”. Segundo ele, o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, que foi
exonerado sem acordo prévio com Moro, foi quem pediu para deixar o cargo. “Todo
mundo fica cansado”, disse.
“Queremos que a PF seja usada em sua
plenitude. Que as operações sejam no mínimo mantidas. Se depender de mim,
potencializadas. Como o senhor Valeixo disse que estava cansado, eu comecei a
fazer gestões para trocar o diretor da Polícia Federal. Eu sempre abri o
coração para Moro. Eu já duvido se ele abriu para mim”, afirmou.
Ele negou ter interferido na PF para obter
informações sigilosas. “Nunca pedi a ele o andamento de qualquer processo”,
reforçou, ressaltando que a indicação era prerrogativa sua, conforme determina
a lei. “Nunca pedi para blindar ninguém da minha família. Jamais faria isso”,
negou ainda.
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