
(Foto: Agência Brasil | Gov. SP | Agência Senado)
Num acordo inédito, a concessionária Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, reconheceu o que pode ser o maior esquema de propinas da história do país, durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB. O roubo aconteceu no Estado desde 1998 e, pelo acordo, a Ecovias pagará R$ 650 milhões ao Estado -o que indica que o montante da propina possa se elevar a bilhões de reais
7 de abril de
2020
A
concessionária Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, firmou
nesta segunda-feira (6), acordo de mais de meio bilhão de reais com o
Ministério Público Estadual em que afirma que todos os 12 contratos de
concessão rodoviária assinados pelo governo de São Paulo a partir de 1998 foram
fraudados por meio da ação de um cartel - as propinas foram pagas
ininterruptamente durante os governos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin e
José Serra.
O acordo, pelo
qual a Ecovias se comprometeu a pagar R$
650 milhões ao Estado, indica que as propinas podem ter chegado à casa dos
bilhões de reais, no que pode ser o maior escândalo da história. Segundo a companhia, o grupo, formado por
dezenas de empresas, pagou propina a agentes públicos e fez repasses para caixa
dois de campanhas políticas, relata o jornalista Bruno Ribeiro de O Estado de
S.Paulo.
Dos R$ 650
mihões a serem pagos, R$ 150 milhões deverão ser usados para custear uma
redução de 10% no valor da tarifa do pedágio da Ecovias entre 19h e 5h, em uma
ação voltada a caminhoneiros que continuam trabalhando em meio à pandemia de
coronavírus. Outros R$ 36 milhões serão usados para custear UTIs para pacientes
com Covid-19 e testes da doença.
Segundo
relatos feitos ao MP, a Ecovias e dezenas de empresas formaram consórcios para
disputar licitações com o objetivo apenas de simular competição. Nem todas,
porém, tinham condições reais de assumir as rodovias em disputa.
Obedecendo
regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Ecovias, que é do grupo
EcoRodovias, cujas ações são negociadas na bolsa de valores, divulgou um fato
relevante ao mercado no início da noite desta segunda dando informações sobre o
acordo. O principal acionista da empresa é a Primav, empresa de capital fechado
da CR Almeida, uma das construtoras investigadas pela Lava Jato.
Do total que
será pago pela Ecovias, R$ 450 milhões serão usados para obras. A maior, de R$
400 milhões, será destinada ao Corredor de Exportação Anchieta, obra prevista
desde o começo da década para facilitar o caminho ao Porto de Santos.
As
investigações sobre o caso tiveram início no fim de 2018, e a Ecovias fez
acordo parecido no Paraná, quando concordou com o pagamento de R$ 400 milhões
durante a Lava Jato. Ao admitir a formação de um cartel e concordar com a
reparação de danos, a Ecovias evita a possibilidade de receber outras punições
administrativas, como ser banida de novas licitações. A empresa terá de
apresentar provas de todas as ações delatadas.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor