
(Foto: Reprodução | Reuters)
De acordo com o jornal norte-americano Washington Post, a
resposta do governo Jair Bolsonaro à crise do coronavírus "tem sido uma
mistura de desatenção presidencial, disputas internas e sinais contraditórios
que os especialistas em saúde temem que possam trazer consequências
devastadoras"
2 de abril de
2020
O jornal
norte-americano Washington Post
repudia a maneira como Jair Bolsonaro vem lidando com a crise no coronavírus,
que atinge 6,9 mil pessoas no Brasil, com 247 mortes - em nível mundial são 961
mil casos e 49 mil mortes. De acordo com a reportagem, "a resposta do
governo tem sido uma mistura de desatenção presidencial, disputas internas e
sinais contraditórios que os especialistas em saúde temem que possam trazer
consequências devastadoras".
"Os
estados mais populosos, na costa sudeste do país, fecharam efetivamente. Mas o
presidente Jair Bolsonaro chamou a crise de "fantasia" impulsionada
por 'um pouco de frio'. Em discurso nacional na semana passada, ele pediu aos
brasileiros que retornem às ruas, comércio e escolas. Então ele se gabou de
que, se estivesse infectado, venceria a doença com sua força física atlética",
diz.
"A inação
federal superou uma crise política em uma crise de saúde pública à medida que o
número de casos dispara", acrescenta.
Jair Bolsonaro
vem sendo muito criticado pela maneira como vem lidando com a crise, ao pedir
que as pessoas retornem ao trabalho, para não prejudicar a economia. Na última
segunda-feira (30), pelo 14º dia seguido, ele foi alvo de protestos conhecidos
como "panelaços".
No último
domingo (29), ele andou pelas ruas de Brasília (DF) e já havia convocado as
pessoas para os atos do dia 15 de março contra o Congresso Nacional e contra o
Supremo Tribunal Federal, enquanto autoridades de Saúde pedem que as pessoas
evitem aglomerações para diminuir a propagação do coronavírus.
Em um dos seus
pronunciamentos, no último dia 24, Bolsonaro classificou o coronavírus como uma
"gripezinha" ou "resfriadinho". "O grupo de risco é o
das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos
fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos", acrescentou.
Antes dos atos
do dia 15, o ocupante do Planalto afirmou, durante evento em Miami (EUA), que é
"muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a
grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo".
A situação no
Brasil pode piorar ainda mais porque há muitos casosque não são contabilizados.
De acordo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC),
que representa 6.000 médicos atuando em 47,7 mil equipes de atenção básica em
todo o Brasil, muitos doentes não entram nas estatísticas por causa da falta de
kits para testes e da inexistência de uma portaria específica do ministério da
Saúde para determinar quais casos devam ser confirmados ou suspeitos.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor