
Edir Macedo e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
Portal R7, da emissora de Edir Macedo, repercute a denúncia de
que o governo de Sergio Cabral, no Rio de Janeiro, conseguiu se blindar durante
oito anos depois de contratar a Fundação Roberto Marinho por R$ 80 milhões – o
que faz parte da delação de Cabral
4 de abril de
2020
A guerra entre
a Rede Record, do bispo Edir Macedo, que faz parte do aparato de mídia
bolsonarista, e a Rede Globo, ganhou novo capítulo neste sábado. O portal R7,
da Record, repercutiu a denúncia feita pelo jornalista Ricardo Bruno de que o
governo de Sergio Cabral, no Rio de Janeiro, conseguiu se blindar durante oito
anos depois de contratar a Fundação Roberto Marinho por R$ 80 milhões.
Abaixo, o post do R7:
Condenado —
por enquanto — a quase 100 anos de prisão, Sérgio Cabral aparece abaixo apenas
de Marcola (340 anos) no ranking dos bandidos que têm de calcular em séculos o
tempo de permanência na cadeia. Para alcançar tal proeza, o ex-governador do
Rio montou a quadrilha mais gananciosa e abrangente da história. Durante oito
anos, roubou em parceria com secretários de Estado, deputados federais e
estaduais, senadores, empresários nacionais e estrangeiros, prefeitos,
desembargadores, conselheiros do Tribunal de Contas, desembargadores e
ministros de tribunais superiores, fora o resto.
Alianças com
figurões federais completaram a blindagem que fez de Cabral uma das mais
abarrotadas caixas pretas da criminalidade VIP. Ele arrombou todos os cofres ao
alcance da máquina administrativa fluminense. E extraiu propinas negociando
extrair merenda escolar, refinarias, quentinhas dos presídios, obras viárias,
bondes de Santa Tereza, plataformas da Petrobras — nada, rigorosamente nada
escapou à gula do delinquente que, durante um interrogatório, confessou que
tinha o vício da ladroagem.
Quem faz o que
fez Cabral tem muita história para contar — e muitos comparsas a revelar. Por
isso, muita gente estranhou as sucessivas dificuldades que retardaram o
fechamento de um acordo de delação premiada com a Lava Jato. Até que veio,
recentemente, o acerto com a Polícia Federal já homologado pelo ministro do STF
Edson Fachin. As primeiras revelações confirmaram que foi enfim aberto um baú
de safadezas que deverão iluminar catacumbas ainda indevassadas.
Ainda em seu
início, o cortejo de bandalheiras revelou de onde veio o dinheiro para a compra
do sítio em Atibaia. Nesta sexta-feira, começou a sair da caixa preta um
capítulo inteiro dedicado à rede Globo. As primeiras revelações explicam a
irrelevância atribuída pelos telejornais da empresa ao que Cabral já contara ou
tem a contar. Essa boa vontade teve um preço.
Segundo o
ex-governador, o silêncio da rede Globo custou pelo menos R$ 80 milhões, valor
do acerto sem licitação que contemplou a Fundação Roberto Marinho com a
gerência de estudos, projetos e desenvolvimento de conteúdo para a implantação
de um vistoso equipamento cultural na
cidade do Rio. Ainda de acordo com Cabral, uma licitação fraudulenta permitiu à
fundação indicar a construtora responsável pela obra. Isso garantiu a proximidade
do governante delinquente com a família Marinho, informam os depoimentos à
Polícia Federal.
É improvável
que a revelação consiga espaço nos telejornais da Globo. Todos estão
concentrados na coleta de números e declarações que transformam a pandemia de
coronavírus na anunciação do fim do mundo. Versões que expliquem a história dos
R$ 80 milhões podem esperar.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor