
(Foto: REUTERS/Bruno Kelly)
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), enviou
pedidos de ajuda a diversos países, incluindo os membros do G7, e também à
ativista ambiental sueca Greta Thunberg
8 de maio de
2020
Sputnik –
Diante do colapso do sistema de saúde de Manaus, a administração da cidade
pediu ajuda aos países do G7 e até da ativista Greta Thunberg. Sobre isso, a Sputnik
Brasil ouviu um professor de Relações Internacionais, que apontou que a
situação gera constrangimento ao governo brasileiro.
O prefeito de
Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), enviou pedidos de ajuda a diversos países,
incluindo os membros do G7, o grupo das sete economias mais industrializadas do
mundo. Além disso, o prefeito também contatou a ativista ambiental sueca Greta
Thunberg, na esperança de que a jovem use sua notoriedade para chamar atenção
para a situação em Manaus.
Até a quarta-feira
(6), a capital amazonense tinha 4.804 casos confirmados da COVID-19, além de
459 mortes causadas pela doença.
Para Creomar
de Souza, professor de Relações Internacionais, diretor e fundador da
consultoria Dharma Political Risk and Strategy, o pedido de ajuda enviado pelo
prefeito de Manaus é necessário.
"Diante
de uma calamidade como essa, que nós enfrentamos, que é a pandemia da COVID-19,
qualquer tipo de ajuda é suficientemente necessária e importante", afirma
o professor em entrevista à Sputnik Brasil.
Segundo
Creomar, a estratégia de Manaus é uma tentativa de chamar a atenção para a
tragédia vivida na cidade.
"Isso
também não deixa de ser um elemento marcador de posição até para o próprio
governo brasileiro, no sentido de que a prefeitura de Manaus se sente não
prestigiada tendo em vista a gravidade do processo", aponta.
O diretor da
Dharma Political Risk and Strategy acredita que o pedido simboliza um recado
direto ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, além de ressaltar o tamanho da
crise que atinge Manaus.
"Não
deixa de ter também uma lógica de embate direto em direção ao presidente da
República, Jair Bolsonaro, e alguns dos gestores de Saúde. De fato, me parece
também que o pedido beira a um componente de desespero, tendo em vista a
incapacidade da prefeitura [de Manaus], o que é expresso pelo próprio prefeito,
de lidar com uma crise do tamanho desta, da COVID-19", diz o analista.
Para Souza, o
pedido de Manaus ao exterior gera "constrangimento" ao governo
federal, uma vez que evidencia que o Brasil tem problemas para lidar com os
efeitos da pandemia. O analista, porém, afirma que o ano eleitoral deve ser
levado em conta, e acredita que o pedido de socorro incluindo Greta Thunberg
possa também carregar objetivos políticos.
"Creio
que a tentativa pode ser encarada com um ato de desespero, de um lado, mas
também um esforço do próprio prefeito no sentido de talvez colar a sua própria
imagem à imagem da ativista internacional", diz. Segundo os dados mais
recentes divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil registra 9.146 mortes
causadas pela COVID-19, além de 135.106 casos confirmados da doença.
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