
(Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Retiro reflexivo e conversão ecológica são palavras de ordem no
discurso do teólogo diante da pandemia
1 de maio de
2020
Por Cristiane
Sampaio, no Brasil de Fato – É em meio ao cenário atual de pandemia que o
teólogo, escritor e humanista Leonardo Boff sofistica suas já conhecidas
reflexões sobre a necessidade de revisar os mandamentos do sistema capitalista,
ampliar o alcance do Estado e fortalecer a relação do homem com a terr
Diante desse
quadro e dos danos multilaterais causados pelo coronavírus, para o teólogo, um
reforço parece indispensável: é preciso promover, com urgência, uma conversão
ecológica planetária, sob pena de a humanidade “adentrar um caminho sem
retorno”.
Em uma
conversa com o Brasil de Fato, Boff tratou sobre esse e outros pontos,
destacando ainda que a aparente prisão do isolamento social pode se converter
em libertação. "Não queremos sofrer com esse vírus, queremos nos libertar
dele mediante uma atitude mais benevolente, amiga da vida, protetora e
cuidadosa com a natureza." Confira a íntegra do diálogo a seguir.
Brasil de
Fato: O que lhe parece, por exemplo, a postura do governo Bolsonaro de
priorizar questões econômicas em detrimento dos cuidados com o isolamento
social e com o bem-estar da população como um todo?
Leonadro Boff:
Eu acho que é uma atitude irresponsável e que não conhece o valor da vida. A
vida, quando morre, não pode ser ressuscitada. Os bens materiais e produzidos
pelas fábricas sempre podem ser reproduzidos e refeitos. Ele não entendeu isso
e por isso se expôs, até provocando as leis internacionais de proteção contra o
coronavírus, e eu considero que isso pode gerar, inclusive, uma espécie de
genocídio no Brasil porque milhares o imitam e não colocam a máscara e não se
protegem contra o contato e a contaminação desse vírus.
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