
O mesmo jornal que proibiu seus jornalistas de qualificar Jair
Bolsonaro como representante da extrema-direita durante a campanha presidencial
publica nesta tarde um duríssimo editorial contra o presidente que ajudou a
eleger
23 de maio de
2020
O jornal Folha
de S. Paulo, que ajudou a eleger Jair Bolsonaro, ao proibir seus jornalistas de
qualificar o candidato fascista como representante da extrema-direita e ao
atacar continuamente o PT - fazendo, inclusive, campanha a favor da prisão de
Lula - soltou um editorial extraordinário na tarde deste sábado, 23, em que
afirma que o presidente mente.
“O registro da
reunião ministerial de 22 de abril, cuja divulgação foi liberada por decisão de
Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, na sexta-feira (22), traz
novas evidências conclusivas sobre o que já se suspeitava: o presidente Jair
Bolsonaro mente”, afirma o artigo, que não poupou críticas a ele.
Depois do
vídeo divulgado nesta sexta-feira, 23, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a
Folha disse que a versão bolsonarista sobre a interferência na Polícia Federal
“torna-se completamente inverossímil”.
Para o jornal,
“tudo o que ocorreu depois da reunião se encaixa na narrativa do ex-juiz Sergio
Moro”. “Não há dúvidas de que o presidente trata da PF, um órgão de Estado,
quando promete ir até o fim para fazer valer a sua vontade antes que a sua
família seja atingida”, diz a matéria. O argumento se refere à declaração de
Bolsonaro de que não vai esperar “foder” sua família.
O artigo
também diz que o encontro dos ministros entrará para a história da república
brasileira “como um dos episódios mais execráveis do exercício do poder
presidencial”, afirmando que os atos e falas do presidente ‘vilipendia’ a
democracia brasileira.
Isso apenas
para citar algumas das críticas que a Folha fez a Bolsonaro. O jornal que
ajudou a elegê-lo parece ter “descoberto” que - como afirmam - “Jair Bolsonaro
mente” e é nocivo à democracia.
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