
(Foto: Giuliana Miranda)
O Ministro da Suprema Corte, Gilmar Mendes, diz que na briga
entre Bolsonaro e Moro ambos erraram. Para ele, o ex-juiz da Lava Jato e
ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, não foi ético ao favorecer Bolsonaro
durante a campanha eleitoral e depois aceitar fazer parte do governo mediante a
promessa de ser indicado para o STF
5 de maio de
2020
O Ministro do
STF Gilmar Mendes voltou a criticar o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro,
afirmando ter ficado em dúvida se o ex-juiz da Lava Jato fez uma opção correta
ao aceitar o cargo de ministro da Justiça, ao ser convidado por Bolsonaro logo
após as eleições. E enfatizou que Moro estava integrado ao movimento do então
candidato desde a campanha e fez uma decisão "eticamente complicada".
Gilmar
relembra que chamou a atenção para isso quando Moro vazou as declarações de
Antonio Palocci para favorecer a candidatura de Bolsonaro.
O Ministro
acusa Moro de ter feito uma opção ferindo a ética, de ir para o governo de um
adversário cuja prisão ele tinha decidido, no caso do Lula.
Sobre a crise
entre Bolsonaro e Moro, Gilmar Mendes opina que "houve vários erros"
de ambos e as escolhas "não foram felizes". Para Bolsonaro, o erro de
convidar Moro como "prêmio" por sua atuação, e de Moro por aceitar o
cargo com uma oferta de vaga para o STF no futuro.
As declarações
foram dadas à jornalista Isabella Macedo no Globo. Na entrevista, Gilmar Mendes
defende o STF e rechaça versão de que há complô contra o Poder Executivo. Para
o Ministro da Suprema Corte, as decisões do STF contra atitudes do governo
Bolsonaro são justificadas pois foram tomadas em "contextos específicos'.
O STF está no
alvo de ataques do inquilino do Palácio do Planalto e dos seus seguidores, que
realizam sucessivas manifestações nas ruas exigindo a intervenção e o
fechamento do Poder Judiciário.
Gilmar Mendes
afirma que uma decisão como por exemplo a do Ministro Alexandre de Moraes
contra a indicação do diretor-geral da Polícia Federal foi tomada em
"contexto muito específico de uma crise interna do próprio
Executivo". Ele nega que exista um complô
ou qualquer tentativa de qualquer dos Poderes para frustrar a legítima
competência e os poderes que o presidente tem exercendo o cargo de chefe
Executivo.
Gilmar Mendes
criticou a falta de agilidade no combate ao novo coronavírus e pediu mais união
e diálogo. Ele diz que o Congresso se movimentou para permitir que o governo
gaste mais com o Orçamento de Guerra, que deve ser votado ainda hoje na Câmara,
mas que é preciso que todos ajudem, inclusive o setor produtivo.
O Ministro
criticou a atuação das milícias virtuais e a disseminação de notícias falsas.
Brasil 247
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