
POR FERNANDO
BRITO · 28/06/2020
A fumaça
levantada pela incursão de uma representante do Procurador Geral da República
aos intestinos da Operação Lava Jato já ateou um pequeno – por enquanto –
incêndio no Ministério Público Federal, com o pedido de afastamento do grupo de
procuradores que atuava na Lava Jato.
Só mesmo um
quisto que se tornou “intocável” dentro do Ministério Público poderia se
comportar assim diante de uma verificação – que deveria ser rotineira – da
própria instituição. E que possam existir, em processos que são públicos,
exceto quando os autos são, excepcionalmente, postos sob segredo de Justiça
pelo juiz da ação, óbices ao conhecimento de como foram obtidas provas e
informações pelos procuradores.
Dizem as
notícias que os procuradores da Lava Jato suspeitam que a investigação de
Brasília seja uma forma de tentar atingir Sergio Moro, agora que ele se tornou
desafeto do bolsonarismo. Estranho: no processo penal, como é o caso, o
Ministério Público é parte e, portanto, tem de guardar distância do juiz da
causa e, claro, vice-versa.
Será medo de
que haja provas – e não só indícios – de que houve promiscuidade entre
promotores e juiz? Mais provas, aliás, porque os diálogos do The Intercept
mostram que a associação para condenar, ali, era total.
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