
(Foto: Ag. Senado | Polícia Civil/Divulgação | PR)
O colunista Jeferson Miola afirma que Congresso não pode mais
hesitar diante da catástrofe Bolsonaro. Ele diz: "este Congresso, na
figura dos presidentes da Câmara e do Senado, tem agido com impressionante
tibieza e medo. Comporta-se como “tchuchuca” diante dos ataques, ameaças,
insanidades e desatinos do governo Bolsonaro"
21 de junho de
2020
Integrante do
Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi
coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial
X-X-X
As
instituições não “funcionam normalmente” com o Congresso Nacional escondido na
quarentena para não enfrentar os temas cruciais e urgentes da conjuntura
política.
No contexto da
epidemia, o Congresso tem sido um verdadeiro “leão” para defender e operar os
interesses da classe dominante e do capital. Neste período, o parlamento
aprovou projetos prejudiciais à soberania e à economia do país e contrários aos
interesses dos trabalhadores – como a MP 936, a privatização do saneamento, o
auxílio trilionário a banqueiros etc.
Mas este mesmo
Congresso, na figura dos presidentes da Câmara e do Senado, tem agido com
impressionante tibieza e medo. Comporta-se como “tchuchuca” diante dos ataques,
ameaças, insanidades e desatinos do governo Bolsonaro.
As revelações
do inquérito sobre os crimes do Fabrício Queiroz são bombásticas, atingem
diretamente o presidente da República e revelam a sofisticada estrutura
criminosa comandada diretamente pelo clã Bolsonaro.
O Congresso
precisa assumir urgentemente o debate para a instalação dos processos [1] de
impeachment do Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, e [2] de cassação do
Flávio Bolsonaro no Senado Federal.
Neste momento
de dramática urgência política e institucional, o Congresso não pode faltar à
sua responsabilidade.
É factível, em
termos sanitários, a realização de sessões presenciais do Congresso neste tempo
de epidemia. A transcendência do momento justifica esta medida. Basta, para
isso, que sejam adotadas as cautelas e precauções para a proteção e prevenção
do COVID-19.
Os deputados e
senadores ficarão de costas para a sociedade se não iniciarem imediatamente o
afastamento de Bolsonaro da presidência da República.
Se o
parlamento brasileiro se omitir neste momento gravíssimo, sua imagem ficará
inapelavelmente associada à escória que envergonha o país perante o mundo e faz
do Brasil um pária internacional.
As
manifestações anti-fascistas e em defesa da democracia ocorridas em várias
cidades nos finais de semana precedentes têm de ser vistas pelos deputados e
senadores como exemplo encorajador a ser seguido.
Há
circunstâncias na história que nem a mais atemorizadora ameaça à vida consegue
arrefecer a luta em defesa da democracia, quando esta está seriamente ameaçada,
como é a realidade do Brasil.
Se Rodrigo
Maia e Davi Alcolumbre não estiverem à altura da responsabilidade histórica de
colocar o Congresso a funcionar para iniciar o afastamento do Bolsonaro e a
cassação do seu filho Flávio, os parlamentares democratas poderiam
auto-convocar o Congresso e instalar sessões legislativas.
Com este
gesto, no mínimo denunciariam a falta de empenho dos representantes da
oligarquia em interromper a catástrofe causada pelo sociopata genocida que esta
mesma oligarquia instalou no Palácio do Planalto.
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