
(Foto: STF | Reuters)
Ministra do STF criticou o descaso do governo Bolsonaro com a
pandemia. "Eu digo que é quase uma barbárie social. Não uma barbárie bruta
da força, mas outro tipo de violência. E é uma violência que ficou escancarada
com esta pandemia"
24 de junho de
2020
A ministra
Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, fez nesta quarta-feira, 24, críticas
ao governo de Jair Bolsonaro pelo descaso com que tem tratado a catástrofe
sanitária do coronavírus, que já matou mais de 52 mil pessoas no país.
"Um
Brasil como o nosso, que não tem nem saneamento básico para todo mundo. As
redes de esgoto contaminadas, submetendo as pessoas às condições mais
precárias. Eu digo que é quase uma barbárie social. Não uma barbárie bruta da
força, mas outro tipo de violência. E é uma violência que ficou escancarada com
esta pandemia", disse a ministra durante transmissão ao vivo do projeto
"Conversas na Crise - Depois do Futuro", organizado pelo Instituto de
Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp em parceria com o UOL.
"O que o
Supremo disse é que a responsabilidade é dos três níveis [federativos] — e não
é hierarquia, porque na federação não há hierarquia —- para estabelecer
condições necessárias, de acordo com o que cientistas e médicos estão dizendo
que é necessário, junto com governadores, junto com prefeitos. Acho muito
difícil superar [a pandemia] com esse descompasso, com esse desgoverno",
afirmou Lúcia.
A ministra
referia-se à decisão em que o STF estabeleceu que e estados e municípios tinham
autonomia para definir as medidas de combate à epidemia, como políticas de
distanciamento social.
Para Cármen
Lúcia, Bolsonaro não pode desconsiderar as demais representações da população.
"A política se faz com todo mundo, todos os cidadãos e para todos os
cidadãos. Não segundo a visão de um ou outro governante. Porque isso vai
resultar em mortes, e haverá responsabilidade por isso", afirmou.
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