
(Foto: Divulgação | PR | Senado | Polícia Civil)
A Polícia Civil e o MP-RJ iniciaram uma operação na manhã desta
terça-feira para cumprir uma série de mandados de prisão, busca e apreensão
contra o Escritório do Crime, grupo miliciano de matadores profissionais
suspeito de envolvimento com o assassinato de Marielle Franco. Seu chefe era o
miliciano Adriano da Nóbrega, que tinha ligação íntima com Jair e Flávio
Bolsonaro e Fabrício Queiroz
30 de junho de
2020
A Polícia
Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram uma operação no
início da manhã desta terça-feira (30) com o objetivo de cumprir seis mandados
de prisão e 31 de busca e apreensão contra o Escritório do Crime. O grupo é
investigado por crimes sob encomenda, dentre eles o assassinato da ex-vereadora
Marielle Franco (PSOL). Integram o Escritório do Crime policiais, ex-policiais
e milicianos.
Agentes
cumpriram seis mandados de prisão contra os chefes do bando, além de 31 de
busca e apreensão em vários pontos da cidade. Alguns locais são residências de
três ex-PMs e de um policial inativo. O principal alvo é Leonardo Gouvea da
Silva, o Mad, substituto do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais
Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, à frente da organização
criminosa.
Mad foi preso
na casa dele, de dois andares, na Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio. Ele
sucedeu o chefe do grupo, Adriano da Nóbrega, que tinha ligação íntima com Jair
e Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. A mãe e a ex-mulher de Adriano
trabalharam no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual no Rio.
Ao ser preso,
Mad foi logo se justificando, sem que fosse perguntado: "Não tenho nada
com a morte da Marielle", respondeu para o delegado e para a coordenadora
do Gaeco, Simone Sibilio.
Irmão de Mad,
Leandro, conhecido como Tonhão, também foi preso.
O clã, Queiroz
e Adriano
Após
iniciativa do filho de Jair Bolsonaro, Adriano da Nóbrega foi homenageado com a
maior condecoração concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro (Alerj), a Medalha Tiradentes. O policial foi morto durante operação
policial na Bahia, em fevereiro deste ano.
Uma das
principais suspeitas sobre os assassinatos cometidos pelo Escritório do Crime é
o de Marielle Franco, morta pelo crime organizado. Os atiradores efetuaram os
disparos em um lugar sem câmeras e antes haviam perseguido o carro dele por
cerca de três quilômetros. Ela denunciava a violência policial nas favelas, bem
como a atuação de milícias.
O curioso é
que, de acordo com registros da Alerj, Flávio Bolsonaro Jair Bolsonaro foi o
único a votar contra a proposta do deputado estadual Marcelo Freixo (PSol),
atual deputado federal, para conceder a medalha Tiradentes em homenagem à
vereadora quando o pessolista ocupava um cargo no Legislativo do estado do Rio.
Preso no
último dia 18 em Atibaia (SP), Queiroz também tinha ligação íntima com Nóbrega,
do Escritório do Crime. O juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal
do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), avaliou que o ex-assessor e sua mulher,
Márcia Oliveira de Aguiar, poderiam atrapalhar as investigações, ameaçando
testemunhas e investigados, se continuassem soltos. O magistrado citou
mensagens dela que chegou a comparar o marido com um bandido "que tá preso
dando ordens aqui fora, resolvendo tudo".
Vale ressaltar
que uma das testemunhas que deixaram de ser ouvidas foi Danielle Nóbrega,
ex-mulher de Adriano da Nóbrega.
Brasil 247
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