
O dilema dos jornalistas da Globo
25 de julho de 2020
Se a Globo não fosse inimiga de Bolsonaro, muitos dos seus
jornalistas-comentaristas seriam não necessariamente militantes, mas
simpatizantes ou torcedores do bolsonarismo. Pelo histórico, pela índole
reacionária, pela capacidade de cortejar o poder, desde que seja de direita.
Merval Pereira, Miriam Leitão, Gerson Camarotti, Cristiana Lobo, Eliane
Catanhêde, Diogo Mainardi e outros da Globo e da GloboNews só atacam Bolsonaro
com tanta fúria porque trabalham na empresa que tenta derrubar o sujeito e
porque ele deseja destruí-la.
Porque eles são mesmo antiesquerdistas e anticomunistas. O jornalista
padrão Globo é um tucano desamparado. A transição para o bolsonarismo seria
normal, com o fim do lavajatismo, se não tivesse surgido o impasse da família
de milicianos com a corporação.
Bolsonaro é um acidente na vida deles. Vale para outros, incluindo
alguns do Rio Grande do Sul que sofrem por não conseguirem ser completa e
abertamente bolsonaristas.
O bolsonarismo, no que tem como essência, lateja dentro deles. Mas eles
não conseguem se libertar, porque a firma não deixa. Se deixasse, o
bolsonarismo tomaria conta dos corações dessa gente.
O jornalista bolsonarista que não consegue dizer o que pensa é um sabujo
atormentado. Ele gostaria de falar como falam os técnicos de futebol bolsonaristas,
mas precisam se conter.
A pior situação é a do jornalista fofo, que carrega no peito um grito de
direita sufocado pelas conveniências.
O jornalista bolsonarista que a Globo mantém sob controle é um ser
torturado, que bate em Bolsonaro para agradar a chefia.
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