(Foto: ABr
| Reuters)
Prestes a ser julgado pelo Conselho Nacional do Ministério
Público, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, reconheceu
“eventuais equívocos” cometidos pela força-tarefa da operação, mas disse que
seu afastamento seria uma "punição pelo trabalho contra a corrupção"
13 de agosto de
2020
O procurador e
coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, admitiu - em um artigo
publicado no jornal O Globo desta quinta-feira (13) - que a força-tarefa da
operação cometeu “eventuais equívocos” durante as investigações, e que
integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público planejam afastá-lo
“compulsoriamente” sob a alegação de que o “interesse público” recomendaria sua
saída.
“Eventuais
equívocos da operação não significam que os procuradores praticaram ilícitos,
pois é natural a divergência na interpretação de fatos e da lei”, escreve
Dallagnol. “Nos termos em que parece estar sendo cogitado, o afastamento seria
uma punição pelo trabalho contra a corrupção, tornaria letra morta a garantia
de inamovibilidade de integrantes do Ministério Público e colocaria em xeque a
própria credibilidade e independência da instituição”, diz ele em outro ponto
do texto.
Para ele, “o que
existiram foram narrativas criadas para atacar a operação, distorcendo fatos e
normas. Desde o início da Lava-Jato, investigados, réus e seus aliados,
irresignados com a perspectiva de punição e sem sucesso em questionamentos
perante o Poder Judiciário, tentaram utilizar o Conselho Nacional do Ministério
Público como palco para retaliação ou para frear as apurações”.
Apesar de
admitir a existência de “equívocos”, Dallagnol diz esperar que o Conselho
observe “as garantias dos membros do Ministério Público foram estabelecidas na
Constituição de 1988” e que estas “sigam sendo respeitadas, nos julgamentos que
se avizinham”.
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