O colunista Jeferson Miola afirma que a Globo copia Bolsonaro quando o assunto e Dario Messer. Ele pergunta: "ora, com tal riqueza de detalhes, a Rede Globo está obrigada a responder: por que, ao longo do período, Messer entregou milhões de dólares em dinheiro vivo e em moeda estrangeira na sede da emissora?"
27 de agosto de
2020
Integrante do
Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi
coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial
....
Bolsonaro não
responde por que Fabrício Queiroz, o parceiro de pescarias, capataz e gerente
financeiro dos esquemas criminosos do clã depositou R$ 89 mil na conta bancária
da sua esposa Michele Bolsonaro.
Quando
perguntado a respeito, Bolsonaro se descontrola totalmente e reage com raiva e
violência. Ameaça “encher de porrada” a boca de jornalista e xinga repórter de
otário, bundão, safado …
Uma reação,
enfim, que seria incompatível para quem não tivesse nada a esconder.
A Rede Globo
imita Bolsonaro e não responde por que Dario Messer “entregava de duas a três
vezes por mês quantias que oscilavam entre 50.000 e 300.000 dólares” “em
espécie para os Marinho”, conforme reportagem da revista Veja sobre delação do
“doleiro dos doleiros”.
Segundo Messer,
“a entrega dos pacotes de dinheiro acontecia dentro da sede da Rede Globo, no
Jardim Botânico”, e “os destinatários do dinheiro seriam os irmãos Roberto
Irineu (Presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo) e João Roberto
Marinho (vice-presidente do Grupo Globo)”.
Na delação, Messer
também detalhou que “a pessoa que recebia o dinheiro na Globo era um
funcionário identificado por ele como José Aleixo”.
De acordo com
Fernando Brito, editor do site Tijolaço, Aleixo “não só sempre foi o homem
forte das finanças da Globo, como assessorava o próprio Roberto Marinho em suas
movimentações financeiras desde os tempos dos acordos com a Time Life que
permitiram a construção do império”.
Como se observa,
na delação o “doleiro dos doleiros” não economizou detalhes acerca [1] da
quantia de dinheiro vivo entregue – pacotes com entre 50 mil a 300 mil dólares;
[2] da regularidade de entrega – de duas a três vezes por mês; [3] dos
destinatários do dinheiro – os irmãos Roberto Irineu e João Roberto; [4] do
receptador do dinheiro – José Aleixo e [5] do local de entrega – dentro da sede
da Rede Globo no Jardim Botânico.
Ora, com tal
riqueza de detalhes, a Rede Globo está obrigada a responder: por que, ao longo
do período, Messer entregou milhões de dólares em dinheiro vivo e em moeda
estrangeira na sede da emissora?
Tanto a Rede
Globo como Bolsonaro devem apresentar suas respostas. Afinal, em matéria de
corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, a lei deve valer para
todos, se as instituições de fato funcionam normalmente.
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