Por Fernando Brito | 30/09/2020
Era previsível –
e isto foi dito aqui – que a “boiada” liberada ontem pelo ministro ficaria
presa na cerca da Justiça, por ser flagrantemente ilegal abolir, pura e
simplesmente, regras e licenciamentos em áreas protegidas.
É natural,
porque o objetivo de Jair Bolsonaro é, acima de tudo, criar uma “culpa” para
ambientalistas – e para todos que dão valor à conservação ambiental – pelo que
considera “avanço econômico”, seja em que bioma for: garimpo na Amazônia,
pecuária no Pantanal e no cerrado, resorts e empreendimentos turísticos em
áreas de manguezais e restingas.
Não está
interesado em promover estas atividades de forma adequadamente manejada, como é
possível hoje. Não: o raciocínio de Bolsonaro é o do “Velho Oeste”, de terra
sem lei, de afirmação da força – seja a do dinheiro, seja a das armas – para
ocupar a terra e arrancar dela tudo o que possa dar lucro, pouco importante
que, em 50 anos, venham a ser cidades e aldeias fantasmas, ou amontoados
humanos, como aqui no Rio aconteceu com a comunidade do Rio das Pedras, que
avançou sobre este curso d’água e pela Lagoa do Camorim e é, hoje, uma área sob
o controle da milícia.
Ricardo Salles,
que sobrevive a tudo na chefia dos órgãos ambientais, muito embora não seja
respeitado em parte alguma, aqui ou lá fora, é, como se disse ontem, apenas um
agente de Bolsonaro, o gerente que bota a cara para fazer as barbaridades que o
chefe deseja, sem a menor preocupação com a ética e lei.
Salles é o “boi
de piranha” da opinião pública para a boiada de Bolsonaro passar.
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