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Por Fernando
Brito | 01/09/2020
É evidente que,
se problemas de saúde na família há, devem ser respeitados, como os de qualquer
pessoa.
Mas essa não é a
razão da saída de Deltan Dallagnol da Força Tarefa da Operação Lava Jato em
Curitiba.
Deltan já tinha
mais reclamações contra suas arbitrariedade do que seu escudo de blindagem
judicial e midiática poderiam suportar.
Aliás, desde que
partejou aquela estranhíssima fundação que deixaria sob o comando dos
procuradores fundos bilionários pagos pela Petrobras, até mesmo em sua
corporação togada passou a ser questionado.
No julgamento do
Conselho Nacional do Ministério Público da terça-feira, safou-se por conta de
um voto mutante do conselheiro Sebastião Caixeta que primeiro reconhecei a
necessidade de abrir um processo administrativo disciplinar contra ele mas, com
o julgamento já adiantado, em outros votos, “esclareceu” que o processo era
merecido, mas intempestivo, por força das penas mais brandes terem prescrito.
Prescrição, claro, alcançada pelos 42 adiamentos que o processo sofreu no CNMP.
Seu futuro
parece ser a advocacia privada para grandes grupos ou uma nada improvável
carreira política.
A saída de
Deltan, entretanto, é uma benção para o seu patriarca, Sergio Moro. Deixa-o
como “o último dos moicanos” da Lava Jato que, na prática, passa a ser dirigida
por Augusto Aras e, portanto, sensível aos desejos do bolsonarismo.
Aras, aliás, tem
conduzido para o seu campo de interesses a anomalia da delação premiada e
parece pronto a esticar seus cordéis em outras direções.
Há razões para
temer que, recuando Moro de suas pretensões políticas, resolva-se deixar a
cabeça de Lula como prêmio da “pax togada” entre as corporações judiciais.
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