(Foto: ABr | Reuters)
"Já caçaram Lula,
os filhos de Lula (até para ‘tentar achar’ drogas), os amigos de Lula, os
parceiros políticos de Lula. Agora a lacraia avança, cada vez mais cheia de
pernas, meio desengonçada, para tentar pegar os advogados de Lula", diz o
jornalista Moisés Mendes
10 de setembro de 2020
Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre....
O lavajatismo conseguiu colocar lado a lado, com
pedaladas bem programadas, o advogado de Bolsonaro e de Queiroz e os advogados
de Lula.
Forjaram uma pretensa paridade, para que pareçam
imparciais, que nem séries da Netflix de quinta categoria conseguiriam.
Mas o lavajatismo tem de reagir, depois de estar
levando de 7 a 1. Como não é possível continuar caçando Lula, que se cace quem
estiver por perto. Pegaram os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira,
como tentarão pegar mais gente ligada a Lula.
O lavajatismo não é uma alma penada, como muitos
acreditam que seja, depois da desqualificação das ações delituosas de Sergio
Moro e Deltan Dallagnol.
O lavajatismo, com as feições que assumiu com a
turma de Curitiba e assim se disseminou por todos os casos em que as esquerdas
são o alvo, é agora uma lacraia sem cabeça.
Para o lavajatismo, o que importa é manter o
espírito da lacraia, mesmo que os casos não tenham muita relação com a origem e
as motivações ditas criminais da Lava-Jato.
Mas falta a cabeça da lacraia. O lajavatismo tem
inúmeras pernas, andando em todas as direções, tem o sistema operacional ainda
funcionando, mas perdeu o cérebro que o controlava.
Sem Sergio Moro e com Dallagnol jogado num canto, o
lavajatismo se move com o que tem. Tenta fazer o que Moro fazia e age com os
mesmos métodos, sem qualquer escrúpulo, mas avança do jeito que dá. E o jeito é
atrapalhado.
Porque o lavajatismo é conduzido apenas pelas
pernas, num movimento de inércia que o empurra sempre na direção dos mesmos inimigos.
O lajavatismo é um bicho em movimento permanente,
que somente seria parado se as instituições tivessem sido consequentes. O bicho
sem cabeça avança porque o Supremo permitiu que
avançasse.
Há no STF iniciativas que tentam parar a lacraia,
mas até agora sem efetividade. O Supremo não conseguiu parar nem Sara Winter e
os operadores do Gabinete do Ódio.
Também a Procuradoria-Geral da República tenta
erguer barreiras para que o bicho seja contido nos limites que, talvez por
acaso, são os mesmos fixados por Bolsonaro.
Mas a lacraia esperneia, anda por aí sem cabeça,
porque não consegue assimilar o fracasso político, depois da exaustão de cinco
anos da caçada a Lula.
Alguns pretendem que a lacraia sem cabeça passe a
ter a cabeça do juiz Marcelo Bretas, mas Bretas não é Sergio Moro. Bretas é
apenas uma das pernas da lacraia.
Já caçaram Lula, os filhos de Lula (até para
‘tentar achar’ drogas), os amigos de Lula, os parceiros políticos de Lula.
Agora a lacraia avança, cada vez mais cheia de
pernas, meio desengonçada, para tentar pegar os advogados de Lula.
Muito mais do que vítimas, o que a lacraia procura
mesmo é uma cabeça.
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