Foram mais de 221,2 mil contêineres transportados entre janeiro
e agosto no terminal. Resultado foi puxado pelo bom desempenho da safra no
primeiro semestre e crescimento da cabotagem, o transporte entre portos
nacionais
Por Bruno Cabral
| 17 de Setembro de 2020.
Após a queda na
movimentação de contêineres em meio às restrições a atividades econômicas em
maio, junho e julho, a APM Terminals Pecém voltou a registrar crescimento em
agosto, com o incremento de 24% frente ao resultado de agosto de 2019.
Nos oito
primeiros meses do ano, o terminal movimentou 221.220 contêineres (TEUs,
unidade equivalente a 20 pés), o que equivale a um crescimento de 6% comparado
a igual período do ano passado (209.181 TEUs).
De acordo com a
companhia, o resultado até agosto reflete o forte crescimento registrado no primeiro
trimestre (18%) referente às movimentações da safra 2019/2020.
Segundo Daniel
Rose, diretor superintendente da APM Terminals Pecém, o resultado também foi
puxado pelo crescimento da cabotagem (navegação entre portos nacionais),
tendência que deverá continuar pelos próximos anos.
"Continuamos
vendo uma transferência do modal rodoviário para a cabotagem. A nossa
expectativa é de que (o modelo) vai continuar a crescer pelo próximos cinco
anos. Tem muitas políticas para melhorar as condições da cabotagem. Tivemos um
bom crescimento no Nordeste, onde esse modal era novidade para muitas
empresas", disse Daniel Rose em videoconferência com a imprensa ontem
(16).
Para 2020, o
superintendente da APM Terminals espera um crescimento de cerca de 3% em
relação a 2019 e, para 2021, um incremento de até 10% no volume total
movimentado.
"Inicialmente,
a nossa expectativa era de crescer de 5% a 10% neste ano, mas, após o período
de isolamento, agora esperamos um crescimento de 2% a 3%, em relação a
2019", disse Rose. "Para o próximo ano, seria um crescimento de 5% a
10%, muito pela cabotagem, que deve crescer perto de 10% enquanto a de longo
curso (navegação entre portos de países diferentes) deve crescer perto de
5%".
Destaque
Durante a
apresentação, Daniel Rose informou que a APM Terminals Pecém foi um dos
terminais que mais cresceram no primeiro semestre de 2020. O grupo holandês APM
Terminals opera 74 terminais no mundo. E, no Brasil, atua nos portos de Itajaí
(SC), Itapoá (SC) e Santos (SP), além do Pecém.
Segundo a
empresa, as importações de contêineres pelo porto cearense cresceram 15,95% no
primeiro semestre, enquanto as exportações subiram 36,94%. Em 2019, a empresa
movimentou 350 mil TEUs no terminal.
"Aqui no
Pecém, temos uma das maiores produtividades por guindaste da APM, ficando no
top 5 mundial", disse Rose. "E temos a melhor satisfação entre os
portos na América Latina".
Frutas
Outro fator que
vem contribuindo para a melhora das expectativas de movimentação de cargas no
Pecém é a demanda de frutas pelo mercado europeu. "Tivemos muitas dúvidas
em junho e julho se a safra seria boa, mas a Europa está comprando.
Os produtores
europeus tiveram problemas para contratação de pessoal e isso ajudou a melhorar
a nossa expectativa de uma safra boa para este ano", diz Daniel.
"Temos bastante melão que vem não apenas do Ceará, mas também do Rio
Grande do Norte, e temos manga e uva do Vale do São Francisco".
A APM Terminals
prevê um aumento de 70% no número de contêineres exportados via Porto do Pecém
no período de safra, que vai de agosto de 2020 a março de 2021.
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