(Foto:
Agencia Brasil)
Para Demétrio Magnoli, o fogo que devasta extensas áreas da
Amazônia e do Pantanal "indicam ação criminosa, coordenada em larga
escala" e o minsitro Ricardo Salles atua como "um operador
profissional que serve aos interesses da devastação ambiental"
19 de setembro
de 2020
"O
Ministério do Meio Ambiente é parte do problema, não da solução. Seu titular,
Ricardo Salles, não é um fanfarrão ideológico, um adorador de mestres místicos,
um Weintraub qualquer, mas um operador profissional que serve aos interesses da
devastação ambiental. Sua missão oficiosa consiste em desmontar os aparatos de
fiscalização do Ibama e do ICMBio", afirma o sociólogo Demétrio Magnoli em
sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, sobre as queimadas que se alastram pelo
Pantanal e região Amazônica.
Segundo ele, o
fogo que devasta extensas áreas da Amazônia e do Pantanal, "indicam ação
criminosa, coordenada em larga escala".
"O
aquecimento global está na base dos incêndios, mas há fogos e fogos. Queimadas
comuns para a limpeza de pastos não se confundem com as labaredas ateadas
depois da derrubada criminosa de áreas de reserva legal com a finalidade de
substituí-las por pastagens. O segundo fenômeno origina inúmeros dos incêndios
amazônicos e pantaneiros. É que o crime compensa, quando o governo simula não
vê-lo", frisou.
Para ele, a
escala do desastre solicita um crime maior. "Nos sistemas ecológicos do
trópico úmido, incêndios que saltam incontáveis barreiras líquidas só podem
nascer de fogos ateados simultaneamente ao longo de arcos de centenas de
quilômetros".
"Restaria a
esperança na ação dos militares", destaca. "Os militares são um
símbolo perene da soberania nacional na Amazônia. A história os colocou na
linha de frente da preservação do patrimônio ambiental constituído pelas
florestas. Hoje, porém, em nome de lealdades políticas circunstanciais ou de
privilégios corporativos que se acumulam, eles curvam a espinha diante do crime
ambiental. Isso não “faz parte do negócio” —e não será esquecido",
finaliza.
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