24 de outubro de 2020
Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter um ‘piti’ e cancelar a
compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, a diretoria da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Instituto
Butantan a importar 6 milhões de doses da vacina do mesmo laboratório, contra a
Covid-19. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (23), um dia depois de o
Butantan questionar o prazo para a liberação de importação de insumos.
A compra das vacinas é mais um capítulo do desgoverno do presidente Jair
Bolsonaro que desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e logo depois
se reuniu com ele numa visita de cortesia.
A autorização da Avisa para que o Butantan importe a vacina chinesa
ocorre num ambiente de severas críticas ao presidente Bolsonaro e insistentes
ameaças de impeachment por crime de responsabilidade, haja vista que a falta do
medicamente coloca em risco milhões de vidas de brasileiros.
Isso não significa, no entanto, que a vacina poderá ser utilizada
imediatamente no Brasil. A necessidade do registro por parte da Anvisa
permanece.
“Na importação em caráter excepcional de produto sem registro, é de
responsabilidade do importador garantir a eficácia, segurança e qualidade do
produto, inclusive o monitoramento do seu uso e o exercício da
farmacovigilância. Adicionalmente, a utilização do produto ficará condicionada
à obtenção de seu registro sanitário junto à Anvisa”, diz o comunicado.
Enquanto a Anvisa não autorizar a aplicação da Coronavac, será
responsabilidade do Instituto Butantan armazenar as doses e garantir que elas
não sejam usadas.
“Por oportuno, necessário esclarecer que a carga ficará sob a guarda do
Instituto Butantan, seu fiel depositário, mediante termo de guarda específico
pertinente, que deverá mantê-la em suas instalações e em perfeitas condições de
acondicionamento, até que seja autorizada a utilização”, completa.
Na decisão, a Anvisa afirma que agiu “para atendimento de programa de
saúde pública”.
Nesta quinta-feira (22), o Instituto Butantan afirmou que a agência
federal atrasava a autorização da importação de insumos para a vacina chinesa
contra a Covid-19. O Butantan é ligado ao governo de São Paulo e está testando
no Brasil a Coronavac, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
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