(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Movimento ocorre no momento em que o país
asiático vem sendo cada vez mais hostilizado por Jair Bolsonaro, que aderiu à
guerra comercial dos Estados Unidos contra o maior parceiro comercial do Brasil
31 de outubro de 2020
Sputnik – A Argentina aumentará de três para quatro milhões de toneladas
o volume de suas exportações de soja para a estatal chinesa Sinograin em 2021,
conforme anúncio feito nesta sexta-feira (30) pelo Ministério das Relações
Exteriores argentino.
O aumento foi confirmado na renovação de um convênio firmado em 2018 por
Buenos Aires e Pequim, que também prevê incrementar o volume de óleo de soja
vendido para a empresa chinesa de 300 mil para 400 mil toneladas.
A chinesa Sinograin vai aumentar em 25% as compras de grãos e óleo de
soja, aumentando em 500 milhões de dólares o faturamento em relação a 2019.
Segundo a chancelaria argentina, isso implicará em receitas de US$ 1,5
bilhão (R$ 8,6 bilhões) a US$ 2 bilhões (R$ 11,5 bilhões), com base no atual
patamar de preços do produto.
"A Argentina chegou a exportar US$ 85 bilhões [R$ 488 bilhões] e,
em 2019, alcançou apenas os US$ 65 bilhões [R$ 373 bilhões]. É necessário
recuperar esses US$ 20 bilhões [R$ 115] de diferença, porque aumentar as
exportações permitirá que nosso país não tenha o clássico problema de
estreitamento da balança de pagamentos que culmina em endividamento",
disse o chanceler Felipe Solá.
Mais cedo, o governo argentino conseguiu interromper uma greve de
trabalhadores em processadoras de oleaginosas motivada por desentendimentos
entre funcionários e empresários sobre o pagamento de bônus relacionados à
pandemia da COVID-19.
O Sindicato de Trabalhadores e Empregados de Indústrias de Oleaginosas
(SOEA), que representa os trabalhadores das empresas processadoras de grãos das
cidades de San Lorenzo, Puerto General San Martín e Timbúes, de onde provêm
cerca de 80% das exportações agroindustriais do país, reivindica o pagamento
retroativo de bônus mensais por trabalhos realizados durante a suspensão de
atividades econômicas por conta do surto do novo coronavírus, assunto que vem
sendo debatido em uma série de reuniões mediadas por representantes do
Ministério do Trabalho.
Nesta sexta-feira (30), no início da tarde, o sindicato iniciou uma
greve que deveria durar ao menos 24 horas, mas foi suspensa após o governo
publicar um decreto de conciliação compulsória, segundo o qual as partes terão
15 dias úteis para chegar a um acordo.
"A conciliação foi emitida e nós a cumprimos", declarou à
Reuters o secretário da SOEA, Daniel Succi, destacando que uma nova reunião com
as empresas do setor deverá ser realizada na próxima terça-feira (3).
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