(Foto:
REUTERS/Adriano Machado)
O correspondente internacional Jamil Chade
obteve informações que mostram que o País fez um péssimo negócio: não terá
acesso a patentes, pagará royalties e não será indenizado se a vacina for
ineficaz. Detalhe: o acordo feito por Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello custará
US$ 300 milhões, o equivalente a mais de R$ 1,6 bilhão
9 de outubro de 2020
O Brasil fez um mau negócio ao decidir comprar, por US$ 300 milhões, a
vacina da multinacional AstraZeneca contra a Covid-19. É o que revela o
correspondente internacional Jamil Chade, em reportagem publicada no portal
Uol. “O acordo da AstraZeneca com o governo brasileiro revela que a empresa
estrangeira impôs condições sobre a venda da futura vacina contra a covid-19,
pagamento de royalties, manteve a patente sobre o produto e poderá até mesmo
definir o que considera como a data do final da pandemia, já a partir de julho
de 2021”, aponta o jornalista.
Pelo acordo, o Brasil terá acesso a 100 milhões de doses da futura
vacina, mas não será indenizado caso a vacina se prove ineficaz. “Pelo acordo
com a empresa britânica, fica ainda estabelecido que, se a vacina não der
resultados, não haverá um reembolso”, aponta Chade. Ele também revelou que a
AstraZeneca fica com o direito de estabelecer o fim do período da pandemia.
O correspondente também noticiou nesta quinta-feira que o governo
brasileiro optou por não se aliar a um projeto da Índia e África do Sul para
pedir a suspensão de todas as patentes de vacinas e tratamentos contra a
covid-19, o que foi lamentado pelo ex-chanceler Celso Amorim. “O Brasil
liderava um movimento internacional por quebra de patentes e hoje nem participa
mais das discussões”, diz ele. Na prática, o governo Bolsonaro decidiu pagar
caro por um projeto que pode não ter resultado algum, sem qualquer garantia.
Chade procurou a Fioruz e a AstraZeneca, e não obteve retorno.
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