(Foto:
Marcelo Camargo/Agencia Brasil)
Dinheiro doado ao Ministério da Saúde para fazer testes de Covid
foi desviado para projeto da primeira-dama Michelle Bolsonaro
1 de outubro de
2020
O governo
Bolsonaro desviou R$ 7,5 milhões doados para a compra de testes rápidos da
Covid-19 para o programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama,
Michelle Bolsonaro.
O frigorífico
Marfrig, um dos maiores do país, anunciou em 23 de março que doaria esse valor
ao Ministério da Saúde para a compra de 100 mil testes rápidos do novo
coronavírus. O Brasil já se encontrava em pandemia e não tinha esse material
para seguir a orientação da OMS (Organização das Nações Unidas) de testar em
massa a população.
Mas os recursos
não foram aplicados para essa finalidade específica e foram desviados para o Arrecadação
Solidária, vinculado ao Pátria Voluntária administrado por Michelle Bolsonaro,
informa a jornalista Constança Rezende na Folha de S.Paulo.
Esse mesmo
programa liderado por Michelle Bolsonaro repassou, sem edital de concorrência,
dinheiro público a instituições evangélicas ligadas à ministra Damares Alves
(Mulher, Família e Direitos Humanos).
A doação da
Marfrig foi feita num momento em que o Ministério da Saúde, que tinha como
titular Luiz Henrique Mandetta, anunciava que o governo tentaria firmar
parcerias com a iniciativa privada para financiamento de parte das compras dos
kits.
Mas, no caso da
Marfrig, a empresa foi orientada pela Casa Civil da Presidência da República a
depositar a doação de 7,5 milhões de reais numa conta da Fundação do Banco do
Brasil, gestora dos recursos do Pátria Voluntária. Posteriormente, a empresa
foi consultada pelo governo Bolsonaro
sobre a possibilidade de destinar a verba doada não para a compra de
testes por parte do Ministério da Saúde, mas para outras ações de combate aos
efeitos socioeconômicos da pandemia de Covid-19.
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