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reprodução)
Padre Robson de Oliveira foi acusado pelo Ministério Público de
Goiás de lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, ele movimentou R$ 2
bilhões em 10 anos, por meio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com
sede em Trindade (GO)
Por Sarah Peres
| 06/10/2020
Em decisão
unânime, na tarde desta terça-feira (6/10), o Tribunal de Justiça de Goiás
arquivou a investigação contra o padre Robson de Oliveira, que era acusado de
lavagem de dinheiro. A informação foi confirmada pela defesa do religioso ao
Correio. Investigações do Ministério Público de Goiás, por meio da Operação
Vendilhões, tinham indicado que o pároco havia movimentado R$ 2 bilhões em 10
anos, por meio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com sede em Trindade
(GO).
O julgamento de
padre Robson começou às 13h e, após quarenta minutos, foi proferida a decisão
do desembargador Nicomedes Domingos Borges, acompanhado por unanimidade pela 1ª
Câmara Criminal. A ação do MP contra o religioso foi, portanto, arquivada.
"Com isso,
fica reconhecido que não houve a qualquer ilicitude praticada pelo religioso,
que sempre se dispôs a esclarecer toda e qualquer dúvida sobre a sua atuação na
Afipe ou em qualquer outro âmbito de evangelização", resumiu o advogado de
defesa Pedro Paulo de Medeiros.
Cléber Lopes,
também advogado de defesa do padre, afirmou que a decisão dos magistrados
reforça que "a associação presidida pelo pároco é de natureza privada e
não houve qualquer desvio de valores, sendo certo que todos os investimentos
foram aprovados pelos membro da associação".
"A decisão
do tribunal reconhece o que a defesa já havia dito há algum tempo. Esperam, com
isso, que o sacerdote possa ter a sua biografia restaurada", diz o
advogado.
Ao embasar a
decisão, o desembargador Nicomedes Domingos Borges afirmou que as provas
obtidas pelo MP não comprovavam que o pároco desviava dinheiro para benefício
próprio por meio da Afipe. “Por se tratar de uma entidade privada, com os
membros não tendo questionado qualquer ato, ou alegado lesão aos seus
interesses, não há que se falar em qualquer fato típico a ser investigado”,
analisou o magistrado.
Em nota oficial,
a Afipe assegura que “continuará o trabalho de auditoria, reforma
administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento
na associação".
Operação Vendilhões
A investigação
do Ministério Público havia apontado que a Afipe recebia doações altas de
fiéis, chegando a receber R$ 20 milhões em doações por mês. O órgão apurou,
ainda, que parte dos recursos teriam sido usados na compra de fazendas e de uma
casa de praia. Em setembro passado,dois representantes do Vaticano estiveram em
Trindade para investigar a associação.
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