“O Brasil também sai de uma diplomacia
progressista, que buscava ampliar direitos, para uma diplomacia reacionária”,
alertou o jornalista Jamil Chade, que há décadas cobre o Itamaraty. Em
entrevista à TV 247, Chade destaca que a imagem do Brasil sob Bolsonaro já era
“extremamente negativa” com a Amazônia e ficou ainda pior com o descaso ante a
pandemia. “Brasil virou um país a ser evitado”
26 de dezembro de 2020
"A imagem do Brasil está destruída". Esse é o alerta do
jornalista Jamil Chade, que há 20 anos mora em Genebra, Suíça, e tornou-se um
especialista em questões referentes à Organização das Nações Unidas (ONU) e à
diplomacia brasileira. Em entrevista concedida à TV 247, ele disse que “o
Brasil deixou de ser o país do diálogo” com o Itamaraty nas mãos de Jair
Bolsonaro e Ernesto Araújo.
“O governo Bolsonaro estabelece um antes e um depois na política
externa. O Brasil nunca havia declarado uma aliança a um governo, como fez com
Trump. Brasil também sai de uma diplomacia progressista, que buscava ampliar
direitos, para uma diplomacia reacionária”, expôs o jornalista.
Chade afirmou também que “o mundo não conhecia os absurdos que Bolsonaro
dizia”. “A imagem se torna extremamente negativa com a Amazônia e fica ainda
pior com a pandemia.O Brasil virou um país a ser evitado”, completou.
O jornalista fez um breve balanço dos papéis dos governos anteriores
frente ao Itamaraty. Segundo ele, “houve coerência na política externa dos
governos FHC, Lula e Dilma. O objetivo era fortalecer a posição do Brasil” e
que “o ativo brasileiro era o diálogo”.
“FHC reinseriu o Brasil em vários tratados. Lula deu mais protagonismo
ao Brasil e Dilma representou continuidade. O abalo vem a partir do governo
Temer, mas até ele tinha como regra o diálogo”, concluiu o jornalista.
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