(Foto: Marcos Corrêa/PR | Isac Nóbrega/PR)
Ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta
afirmou que Jair Bolsonaro teve uma "condução desastrosa” desde o início
da pandemia e que até "até hoje não houve uma fala do presidente que
ajudasse a Saúde pública brasileira”
26 de dezembro de 2020
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que o Brasil está
“sem liderança” para enfrentar o avanço da Covid-19 e que Jair Bolsonaro “teve
uma condução desastrosa” durante a pandemia. “Até hoje não houve uma fala do
presidente que ajudasse a Saúde pública brasileira”, disse o ex-ministro em
entrevista ao jornal O Globo.
Mandetta, que deixou o governo em abril, ressaltou que “o presidente não acredita (no vírus)” e que
a defesa da economia em detrimento da saúde feita por ele atrapalha o combate
contra a doença. “Até hoje não houve uma fala do presidente que ajudasse a
Saúde pública brasileira. Ninguém aguenta mais, é legítima a pressão da
economia, mas todo mundo deveria andar junto, ou ter uma regra bem clara e
transparente para recomendar lockdown tecnicamente e o governo federal apoiar
medidas necessárias”, disse.
“Quando a taxa de ocupação hospitalar ultrapassa 90%, tem que frear. A
saída da crise depende muito da capacidade de vacinação da população. Até agora
não transparece que a gente vá ter a execução de um plano bem fundamentado.
Parece tudo errático. É preciso ter uma capacidade de liderança muito forte, e
o Brasil está sem liderança em Saúde”, emendou.
“Ele (Bolsonaro) falou várias vezes que entre a saúde e a economia, ele
ia ficar com a economia. E a população começou a construir as suas linhas de
defesa sem contar com a liderança da figura maior do governo. Vimos o
Ministério da Saúde falando uma coisa e ele falando outra”, afirmou o
ex-ministro.
Mandetta também voltou a criticar a “intervenção militar” no ministério
da Saúde feita por Bolsonaro. “Um militar não tem a menor noção do que é Saúde.
A gente passa a ter um governo federal que sai completamente do enfrentamento
da Saúde e com o argumento de que o problema era de logística. Nunca foi, o
problema era de Saúde pública, muito mais complexo do que carregar caixa para
lá e para cá. E agora tem uma crise tripla, de prevenção, atendimento e
vacina”, destacou.
Ele ressaltou, ainda, que o números de mortes em função da Covid-19 “
fala por si. Ele (Bolsonaro) teve uma condução desastrosa. A desautorização do
ministro em público, “manda quem pode e obedece quem tem juízo”; o “e daí?”;
“não sou coveiro”; “gripezinha”; “está no final”. Está no final nada. Se teve
alguma coisa digna de nota eu não saberia te citar”.
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