"Nós da imprensa tivemos papel fundamental
no surgimento dessa lenda. Apesar de quase sempre avessos à autocrítica, é
chegada a hora de dizer com todas as letras: erramos”, escreve o jornalista
Chico Alves
29 de janeiro de 2021
Diante do desgaste da Operação Lava Jato, o colunista Chico Alves, do
UOL, publicou um artigo no qual apresenta uma autocrítica sobre o apoio à farsa
judicial que quebrou empresas brasileiras e impediu Lula de ser candidato em
2018.
Segundo ele, “praticamente todas as instituições da República, a
imprensa inclusive, avalizaram essa bravata [da Lava Jato]” e o ex-juiz Sergio
Moro e a força-tarefa da Lava Jato utilizaram “expedientes que estão fora dos
manuais jurídicos” - como “uso abusivo das delações premiadas, divulgação
estratégica de dados sigilosos e parceria indevida entre acusadores e
magistrado”.
“Essas reclamações passariam apenas como choro dos advogados de defesa,
não fosse a atuação de hackers que invadiram ilegalmente o aplicativo de
mensagens de Moro, Deltan Dallagnol e sua turma”, afirmou.
“Os bate-papos confirmaram as acusações contra o juiz e os procuradores,
revelando um indevido jogo combinado entre eles”, destacou.
Ele ressaltou ainda que, diante disso, “é preciso arrancar o ex-juiz e
os procuradores do pedestal em que se instalaram. Seus admiradores precisam
avaliar objetivamente as acusações e tirar conclusões desapaixonadas”.
“Isso vale tanto para o cidadão comum quanto para as instituições que
inflaram a aura de perfeição. Nós da imprensa tivemos papel fundamental no
surgimento dessa lenda. Apesar de quase sempre avessos à autocrítica, é chegada
a hora de dizer com todas as letras: erramos”, conclui.
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